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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão

 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 


          Inspirada na declaração da independência americana de 1776 e no espírito filosófico do século XVII, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 marca o fim do Antigo Regime e o início de uma nova era. Expressamente visada pela Constituição da Vª República, hoje ela faz parte de nossos textos de referência.


A história


          A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, juntamente com os decretos de 4 e 11 de agosto de 1789 sobre a supressão dos direitos feudais, é um dos textos fundamentais voltados pela Assembléia Nacional Constituinte, formada em decorrência da reunião dos Estados Gerais.

Adotada em seu princípio antes de 14 de julho de 1789, ela ocasiona a elaboração de inúmeros projetos. Após exaustivos debates, os deputados votam o texto final em 26 de agosto de 1789.

         Ela é composta de um preâmbulo e 17 artigos referentes ao indivíduo e à Nação. Ela define direitos "naturais e imprescritíveis" como a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. A Declaração reconhece também a igualdade, especialmente perante a lei e a justiça. Por fim, ela reforça o princípio da separação entre os poderes.

          Ratificada apenas em 5 de outubro por Luís XVI por pressão da Assembléia e do povo que se dirigiu a Versalhes, ela serve de preâmbulo à primeira Constituição da Revolução Francesa, adotada em 1791. Embora a própria Revolução tenha, em seguida, renegado alguns de seus princípios e elaborado duas outras declarações dos direitos humanos em 1793 e 1795, foi o texto de 26 de agosto de 1789 que se tornou referência para as instituições francesas, principalmente as Constituições de 1852, 1946 e 1958.

           No século XIX, a Declaração de 1789 inspira textos similares em numerosos países da Europa e da América Latina. A tradição revolucionária francesa também está presente na Convenção Européia dos Direitos do Homem, assinada em Roma em 4 de novembro de 1950.

O texto

           Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolveram expor, em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que essa declaração, constantemente presente junto a todos os membros do corpo social, lembre-lhes permanentemente seus direitos e deveres; a fim de que os atos do poder legislativo e do poder executivo, podendo ser, a todo instante, comparados ao objetivo de qualquer instituição política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, estejam sempre voltadas para a preservação da Constituição e para a felicidade geral.

         Em razão disso, a Assembléia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadão:


Art.1.º - Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter como fundamento a utilidade comum.

Art. 2.º - A finalidade de toda associação política é a preservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperidade, a segurança e a resistência à opressão.

Art. 3.º - O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.

Art. 4.º - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites só podem ser determinados pela lei.

Art. 5.º - A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo o que não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.

Art. 6.º - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.

Art. 7.º - Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.

Art. 8.º - A lei só deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.

Art. 9.º - Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, caso seja considerado indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.

Art. 10.º - Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.

Art. 11.º - A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever,imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos dessa liberdade nos termos previstos na lei.

Art. 12.º - A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; essa força é portanto instituída para benefício de todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.

Art. 13.º - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.

Art. 14.º - Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si mesmos ou pelos seus representantes, a necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.

Art. 15.º - A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.

Art. 16.º - A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.

Art. 17.º - Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indenização.


terça-feira, 21 de março de 2023

Globalização

 

Destrave tudo
respondido • verificado por especialistas

GLOBALIZAÇÃOPor Cristiana Gomes 
A globalização surgiu após a Guerra Fria tornando-se o assunto do momento, aparecendo nos círculos intelectuais e nos meios de comunicação, tornando possível a união de paises e povos, essa união nos dá a impressão de que o sem duvida a Internet. É impossivel falar de globalização sem falar da Internet, que a cada minuto nos proporciona planeta está ficando cada vez menor. Um dos mais importantes fatores que contribui para a união desses povos é, uma viagem pelo mundo sem sair do lugar. Dentro da rede conhecemos novas culturas, podemos fazer amizades com pessoas que moram horas de distancia, trabalhamos e ainda podemos nos aperfeiçoar cada vez mais nos assuntos ligados a nossa área de interesse, através dela, milhões de negócios são fechados por dia. A globalização não é uma realização do presente, vem de longa data. Tudo começou há muito tempo quando povos primitivos passaram a explorar o ambiente em que viviam. No século XV os europeus viajavam pelos mares a fim de ligar Onente e Ocidente, a Revolução Industrial foi outro fator que permitiu o avanço de países industrializados sobre o restante do mundo. No final dos anos 70, os economistas passaram a usar o termo "globalização fora das discussões econômicas facilitando as negociações entre os países. Nos anos 80, começaram a ser difundidas novas tecnologias que uniam os avanços da ciência com a produção, por exemplo: nas fábricas, robós ligados aos computadores aceleravam (e aceleram) a produção, ocasionando a redução da mão-de-obra necessária, outro exemplo são as redes de televisão que facilitam ainda mais a realização de negócios, com as suas transmissões em tempo real. A globalização envolve países ricos, pobres, pequenos ou grandes e atinge todos os setores da sociedade, e por ser um fenômeno tão abrangente, ela exige novos modos de pensar e enxergar a realidade. As coisas mudam muito rápido hoje em dia, o território mundial ficou mais integrado, mais ligado, por exemplo, na década de 50, uma viagem de avião cruzando o Oceano Atlántico durava 18 horas, hoje a mesma rola pode ser feita em menos de 5 horas. Em 1855, a notícia da morte de Abraham Lincoln levou 13 dias para chegar na Europa, mas hoje, ficamos sabendo de tudo o que acontece no mundo em apenas alguns minutos. Não podemos negar que a globalização facilita a vida das pessoas, por exemplo o consumidor foi beneficiado, pois podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade, porém ela também pode dificultar. Uma das grandes desvantagens da globalização é o desemprego. Muitas empresas aprenderam a produzir mais com menos gente, e para tal feito elas usavam novas tecnologias fazendo com que o trabalhador perdesse espaço. A necessidade de união causada pela Globalização fez com que vários países que visavam uma integração económica se unissem formando os chamados blocos económicos (ALCA. NAFTA e Tigres Asiáticos, por exemplo). o interesse dessa união seria o aumento do enriquecimento geral. Não podemos esquecer também que, hoje em dia, é essencial o conhecimento da lingua inglesa. O inglés, que ao longo dos anos se tornou a segunda língua de quase todos nós, é exigido em quase todos os campos de trabalho, desde os mais simples como um gerente de hotel até o mais complexo, como um grande empresário que fecha grandes acordos com multinacionais. Para encarar todas estas mudanças, o cidadão precisa se manter atualizado e informado, pois estamos vivendo em um mundo em que a cada momento somos bombardeados de informações e descobertas novas em todos os setores, tanto na música, como na ciência, na medicina e na política. 
QUESTÕES: 
1) Defina o que é globalização. 2) Que recursos as multinacionais utilizam na concorrência, quando ocorre a expansão de suas filiais para os paises subdesenvolvidos? 3) Qual o objetivo dos blocos económicos nessa nova ordem multipolar? E cite-os. 4) Caracterize essa nova ordem multipolar:5) Faça uma lista de vários produtos, empresas, roupas, tênis que vem de outros países.

sábado, 10 de setembro de 2022

I REINADO - SEMINARIO

 

I REINADO

Como se forma uma nação?

Quando Pedro de Alcântara assumiu o governo do novo país, o Brasil, independente de sua antiga metrópole, Portugal, a maioria das províncias passou a ser governada pelo Partido Brasileiro, que imediatamente se mostrou aliado do novo imperador. Mas a independência não foi um processo tão simples assim. No Maranhão e na Bahia a coisa se deu de uma maneira mais complicada. Foi preciso a intervenção militar para derrotar as tropas portuguesas. A situação mais complicada aconteceu, no entanto na província do Pará, onde os Radicais assumiram o governo.

Os rebeldes questionavam a autoridade absoluta do imperador, queriam mais poder para o povo. A resposta de D. Pedro I foi brutal: mandou tropas lideradas pelo mercenário inglês Grenfell, que esmagaram os rebeldes. No dia 15 de agosto de 1823 (quase um ano depois) foi que aconteceu a cerimônia de adesão do Pará à Independência, depois de centenas de mortes.

A organização do novo país.

As elites brasileiras que conduziram a independência do Brasil tinham horror às rebeliões populares como as que ocorreram durante a revolução francesa, mas aceitavam a idéia de que o país deveria ter uma constituição para não se tornar absolutista.

Por isso, foi eleita uma Assembléia Legislativa. Como a eleição era censitária, a grande maioria da Assembléia era formada pela elite do país. O Partido português estava sempre muito próximo a D. Pedro I, e desejavam que ele tivesse plenos poderes, governando praticamente sem nenhum limite. Por isso eles eram chamados de Absolutistas. O Partido brasileiro, ao contrário, era formado por grandes proprietários, eles aceitavam os poderes do imperador, mas queriam que os deputados (a maioria, grandes proprietários que atendiam aos seus interesses) tivessem algum tipo de controle sobre o Imperador. Os Radicais adotavam as idéias liberais e queriam uma monarquia constitucional parecida com a da Inglaterra. Eles tinham o apoio da classe média, mas eram a minoria na assembléia.

Como a Constituição que estava sendo feita atendia aos interesses do partido brasileiro (o Imperador seria controlado por senadores e deputados) mandou fechar a Assembléia e depois ordenou que dez assessores seus redigissem a Constituição do Brasil.

Essa constituição tinha as seguintes características:


v  Dividia o poder político brasileiro em quatro:


§  Executivo: para dirigir a nação e seria exercido pelos ministros escolhidos pelo Imperador.

§  Judiciário: para zelar pelo cumprimento das leis, seria exercido por juízes e tribunais.

§  Legislativo: para fazer as leis, seria exercido pela Assembléia Geral do Império, formada por deputados e senadores.

§  Moderador: exercido pelo Imperador, permitia a ele demitir e nomear juizes e também fechar a Assembléia, ou seja, quem acabava mandando em todos os poderes era o Imperador.


A  Assembléia Geral era eleita por voto censitário e indireto, ou seja, havia uma eleição para escolher as pessoas que poderiam votar em deputado e senador.

O cargo de senador era vitalício, e cada província elegia três pessoas para que o Imperador escolhesse um deles.

O poder era baseado no Unitarismo, ou seja, o poder central (a capital) teria plenos poderes sobre todas as províncias, impedindo qualquer autonomia das províncias, todas as regiões do país tinham que se submeter a capital.

A religião oficial do Brasil seria a Católica e outras religiões só poderiam existir, contanto que não tivessem templos nem reuniões públicas. Além disso, qualquer ordem do Papa teria que passar pela autorização do Imperador. Assim a Igreja ficou subordinada ao Estado.

Essa Constituição agradou pouca gente, e graças a ela acabou eclodindo uma grande revolta em Recife, em 1824.

 A Confederação do Equador.

Para os nordestinos a nova constituição havia sido muito prejudicial, pois continuavam sendo praticamente uma colônia, só que agora, do Rio de Janeiro. O estopim da revolta foi a escolha do novo governador de Pernambuco, que não agradou ás elites locais.

A idéia dos rebeldes era clara, criar um novo país onde não tivesse que se subordinar a nenhuma outra elite. Foi então criada a Confederação do Equador unindo Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde seria proclamada uma República.

Mas não deu certo. D. Pedro I ordenou a repressão e tropas terrestres e navios de guerra avançaram sobre a região. Muitos líderes foram executados. Será que os revolucionários da Confederação se tornaram brasileiros voluntariamente? E os paraenses? Assim esta sendo formado o Estado nacional brasileiro. 

A Guerra da Cisplatina 

Os problemas financeiros do governo se agravaram quando D. Pedro I declarou guerra à Argentina. Tudo havia começado quando D. João ainda estava no Brasil e enviara tropas para tomar um território espanhol onde hoje está o Uruguai. Anos depois, já no tempo e D. Pedro I, o Uruguai foi considerado uma parte do Brasil, com o nome de Província da Cisplatina. Acontece que os uruguaios haviam sido colonizados pelos espanhóis. Não tinham nada a ver com os brasileiros. Eles então pegaram em armas para lutar pela independência. Tinham o apoio da Argentina, que pensava em criar um só país unindo as duas nações. Daí estourou a guerra do Brasil contra a Argentina e os patriotas Uruguaios.

A guerra foi muito desgastante. O governo brasileiro aumentou os impostos e enviou muitos jovens para morrer no campo de batalha. O conflito esgotou argentinos, uruguaios e brasileiros. No final, a Inglaterra interveio. O Brasil desistiu de lutar, mas o Uruguai não se juntou à Argentina. Tornou-se um país independente (1828). Á os brasileiros, que nunca haviam desejado essa guerra tinham mais um motivo para detestar D. Pedro I.

A abdicação de D. Pedro I.

O rei geralmente para de governar quando morre, mas D. Pedro não teve essa oportunidade, pois foi expulso do país por seus inimigos. Vamos ver onde ele arrumou tantas inimizades?

O primeiro motivo foi seu autoritarismo. Quem ousasse critica-lo era mandado para a prisão. Sua atitude agressiva no Pará e em Pernambuco são bons exemplos dessa postura.

A situação do país era péssima e o seu governo só fez piorá-la. Primeiro por que pagou pesadas taxas à Portugal pela independência, dinheiro que pediu emprestado à Inglaterra. Além disso, gastou muito dinheiro combatendo os portugueses e os rebeldes e como não podia pagar suas dividas, emprestava mais dinheiro. Era o início da nossa divida externa.

Mesmo tendo pouco dinheiro, envolveu-se na guerra da Cisplatina, tentando manter essa província unida ao Brasil (hoje a Cisplatina é o Uruguai). Acabou sendo derrotado e deixando o povo ainda mais descontente.

Quando D. João morreu, D. Pedro I deveria tornar-se rei em Portugal. Para os brasileiros, no entanto isso significaria que Portugal e Brasil voltariam a ser o mesmo reino e provavelmente o Brasil voltaria a ser tratado como colônia, pois os portugueses ainda não haviam engolido a história da independência.

O assassinato de um conhecido jornalista, Libero Badaró, foi a gota d’água. O povo acusou D. Pedro e foram às ruas. Logo, no dia 7 de abril de 1831, D. Pedro abdicou do trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara, iniciava-se aí, o período regencial.

 

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA (SÉCULO XVIII): A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

 

Por Revolução Industrial, as ciências humanas compreendem como o período de grande desenvolvimento tecnológico que foi iniciado na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII. Com o tempo, esse desenvolvimento espalhou-se para outras partes do mundo, como a Europa ocidental e os Estados Unidos. Assim, surgiu a indústria, e as transformações causadas por essa possibilitaram a consolidação do capitalismo.

A Revolução Industrial também impactou as relações de trabalho, gerando uma reação dos trabalhadores, cada vez mais explorados no contexto industrial. Antecedentes O início da Revolução Industrial ocorreu pelo desenvolvimento da máquina a vapor, que aproveita o vapor da água aquecida pelo carvão para produzir energia e revertê-la em força para mover as máquinas. Na Inglaterra, ainda no final do século XVII, foi criada a primeira máquina desse tipo, por Thomas Newcomen, e, na década de 1760, esse equipamento foi aprimorado por James Watt.

As primeiras máquinas que surgiram voltavam-se, principalmente, para atender as necessidades do mercado têxtil da Inglaterra. Sendo assim, grande parte das primeiras máquinas criadas veio com o objetivo de facilitar o processo de produção de roupas. Essas máquinas teciam fios em uma velocidade muito maior que a do processo manual. Com o tempo e à medida que os grandes capitalistas chamados de burgueses foram enriquecendo, o lucro de suas indústrias começou a ser revertido em investimento para o desenvolvimento das estradas de ferro, por exemplo. O surgimento da locomotiva e da estrada de ferro permitiu que as mercadorias pudessem ser transportadas com maior rapidez e em maior quantidade. Isso aconteceu porque o lucro da indústria inglesa era tão alto que permitiu a diversificação dos investimentos em outros segmentos.  A Revolução Industrial causou profundas transformações no mundo, e uma dessas transformações deu-se no processo produtivo e no estilo de vida dos trabalhadores. Para que possamos entender como a vida do trabalhador mudou, precisamos visualizar, antes, as mudanças no processo de produção de mercadorias utilizando o contexto da produção têxtil.

Antes da Revolução Industrial, o processo de produção era manufatureiro, ou seja, a produção acontecia em uma manufatura, na qual a produção era manual e o trabalhador realizava seu trabalho por meio de sua capacidade artesanal. Com o desenvolvimento das máquinas, a produção passou a ser parte da maquinofatura, isto é, a máquina era a grande responsável pela produção. Assim, se, antes da máquina, a produção necessitava da habilidade artesanal do trabalhador, agora, isso não era mais necessário porque qualquer trabalhador poderia manejar a máquina e realizar todo o processo sozinho. Na prática, isso significa que não era mais necessário um trabalhador com habilidades manuais, e o resultado disso foi que seu salário diminuiu. Além do salário extremamente baixo, os trabalhadores eram obrigados a aceitar uma carga de trabalho excessivamente elevada que, em alguns casos, chegava a 16 horas diárias de trabalho, das quais o trabalhador só tinha 30 minutos para almoçar. Essa jornada era particularmente cruel porque todos aqueles que não a aguentassem eram prontamente substituídos por outros trabalhadores. O trabalho, além de cansativo, era perigoso, pois não havia nada que protegesse os trabalhadores, e eram comuns os acidentes que os faziam perder os dedos ou mesmo a mão em casos mais graves. Os afastados por doenças não recebiam, pois, o salário só era pago para aqueles que trabalhavam. Os que ficavam fisicamente incapacitados de exercer o serviço eram demitidos e outros trabalhadores contratados. Na questão salarial, mulheres e crianças também trabalhavam e seus salários eram, pelo menos, 50% menores do que os dos homens adultos. Muitos patrões preferiam contratar somente mulheres e crianças porque o salário era menor (e, por conseguinte, seu lucro maior) e essas eram mais sujeitas a obedecerem às ordens, sem se rebelarem.


Responda as questões abaixo:


1. O que ocasionou a Revolução Industrial?

2. Quais meios tecnológicos surgiram que revolucionou os meios de transporte e comunicação?

3. Porque a Inglaterra foi pioneira no setor industrial?

4. que combustível foi utilizado na maquina a vapor?

5. quais as classes sociais surgiram nesse seguimento industrial?


Filósofos iluministas



 

Apresentamos mais 3 (três) pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e ideias  neste período. São eles: 

John Locke. 

Nasceu em 29 de agosto de 1632 e faleceu em 28 de outubro de 1704. É Considerado o “pai do  Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o entendimento humano”, aonde Locke defende a razão  afirmando que a nossa mente é como uma tábula rasa sem nenhuma ideia. Defendeu a liberdade dos cidadãos  e Condenou o absolutismo. 

Ele também defendia que todo ser humano tem direitos naturais, como a liberdade, a felicidade e a  prosperidade, que deveriam ser garantidos pelos governos. Estes deveriam nascer de um pacto entre os  indivíduos e a sociedade, que aceitaria ser governada para superar os conflitos. Os governantes poderiam ser  destituídos caso não correspondessem aos interesses comuns. 

Locke também defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas  ideias forte oposição da Igreja Católica. 

Jean-Jacques Rousseau. 

Nasceu em 28 de Junho de 1712 e faleceu em 2 de julho de 1778 É autor da obra “O contrato  social”, na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a vontade do povo. Apenas um  Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos.  Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia. 

O francês Rousseau afirmava que o poder pertence ao povo e que, portanto, todo governo deveria  estar submetido à vontade soberana do povo. Também acreditava que o ser humano, naturalmente bom, é  desvirtuado pela sociedade. 

Denis Diderot. 

Nasceu na França em 5 de outubro de 1713 e faleceu em 31 de Julho de 1784. Foi um importante escritor,  enciclopedista e filósofo francês do século XVIII. É considerado uma das principais figuras do Iluminismo. Sua grande  obra foi a elaboração editorial da "Enciclopédia", em parceria com d'Alembert entre 1750 e 1772. 

Em 1732, recebeu, da Universidade de Paris, o título de mestre em Artes. Nesse curso, Diderot estudou Literatura,  Filosofia, Matemática, Lógica, Física, Matemática entre outras disciplinas. Em 1749, foi detido e preso em Vincennes,  por ter publicado a obra Carta sobre os cegos

Pensamentos e ideias mais importantes: 

- Importância da Ciência como principal motor do desenvolvimento e progresso humano. - A política deve se incumbir de eliminar as diferenças sociais. 

- A religião deve ficar restrita ao campo de formação do comportamento humano. 

- A tecnologia é de fundamental importância para o desenvolvimento econômico das nações. - Foi um crítico do Absolutismo e do poder e influência da Igreja na sociedade. 

Atividade 

1.Após a realização da leitura da vida dos 5 (cinco) importantes filósofos: Voltaire, Montesquieu, John  Locke, Rousseau e Diderot. Qual informação chamou mais sua atenção? Justifique sua resposta.

2. Por qual razão os pensadores iluministas eram perseguidos pela  Igreja e a nobreza?

3. Quais organizaram a Enciclopedia?