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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Guerra Fria - EUA x URSS

 A Guerra Fria

     A Guerra Fria teve início logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo.

   Para muitos existem três datas para o final do conflito:

1989 – A queda do muro de Berlim.

1990 – A Reunificação da Alemanha.

1991 – O fim da URSS.

   Com o fim do conflito foi criada a ONU – Organização das Nações Unidas, sediada em Nova Iorque, com a finalidade de revelar o progresso da humanidade e manter a paz mundial.

  Segundo consta, de 1945 até 1995 já ocorreram cerca de 128 conflitos mundiais que levaram 25 milhões de vidas; porém, uma guerra em escala mundial não ocorreu. Os dois países líderes da Guerra Fria são os EUA e a URSS.

  A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Da segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.

  A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre os EUA e a URSS. Até mesmo porque estes dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém, ambos acabaram alimentando conflitos em outros países, como, por exemplo, na Coreia e no Vietnã.

Paz Armada

  Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e nos países aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo. O problema maior era que diferentemente da época anterior à Primeira Guerra Mundial, temos agora uma corrida armamentista nuclear.

  Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os interesses militares dos países membros.

  O que caracterizou a Guerra Fria foi a bipolarização nas relações mundiais O mundo ficou dividido entre dois grandes blocos opostos e rivais, liderados pelas superpotências que emergiram fortalecidas ao término da Segunda Guerra Mundial: os Estados Unidos e a União Soviética. Os EUA lideravam o bloco capitalista, e a URSS, o bloco socialista. 

  A OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos e tinha suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental. Alguns países membros da OTAN: Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França, Suécia, Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Grécia e Turquia.

   Já do outro lado havia o Pacto de Varsóvia que era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas.

  Alguns países membros do Pacto de Varsóvia: URSS, Cuba, China, Coreia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Tchecoslováquia e Polônia.

Corrida Espacial

  EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompanhar pela televisão a chegada do homem à lua, com a missão espacial norte-americana.

Macartismo

  Os EUA liderou uma forte política de combate ao socialismo em seu território e no mundo. Usando os meios de comunicação, tais como o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o “american way of life”. Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem ideias próximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta.

  Macarthismo foi um movimento iniciado nos Estados Unidos em 1951 pelo senador Joseph McCarthy, esse movimento tinha como finalidade perseguir as pessoas que eram a favor do comunismo, e também as pessoas que realizavam atividades antinorte-americanas. Esse intenso movimento deu-se por causa da política norte-americana, e a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética na Guerra Fria pela hegemonia do planeta após a Segunda Guerra Mundial.

  Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.

“Cortina de Ferro”

  Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A República Democrática da Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países capitalistas. 

  A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra : URSS, EUA, França e Inglaterra. No final da década de 1940 é levantado Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes: uma capitalista e outra socialista. É a vergonhosa “cortina de ferro”.

Plano Marshall e COMECON

  As duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente através de empréstimos, para reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi criado pela URSS, em 1949, com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.

Envolvimentos Indiretos

  Guerra da Coreia: Entre os anos de 1951 e 1953, a Coreia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoísta ocorrida na China, a Coreia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coreia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coreia no paralelo 38. A Coreia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coreia do Sul manteve o sistema capitalista.

Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas matas do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares, morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã unificado passou a ser socialista.

Fim da Guerra Fria

  A falta de democracia, o atraso  econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados.    Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares.    O capitalismo vitorioso, aos  poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.


1. Qual o objetivo da ONU?

2. Explique como funcionam os sistemas governamentais socialismo e capitalismo:

3. Qual a definição de guerra fria?

4. Que países ocorreu entre quais países? Que outros conflitos foram influenciados pelos mesmos?

5. Explique o termo “Paz Armada”:

6. Quais eram os objetivos da OTAN  e do Pacto de Varsóvia?

7. O que foi a bipolarização mundial na guerra fria?

8. Por que EUA e URSS travaram uma corrida espacial?

9. O macartismo na década de 1950 nos Estados Unidos foi um movimento que visava:

a) conceder oportunidades de igualdades às minorias negras norte-americanas.

b) afastar de cargos públicos e de posições importantes na economia e na sociedade elementos que pudessem ter simpatias pelo regime soviético.

c) levar à presidência o senador Douglas McArthur, o comandante-em-chefe das forças aliadas no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial.

d) impedir a integração racial nos Estados do Sul dos Estados Unidos durante a presidência do general Eisenhower.

10. O que foi a “ Cortina de Ferro”?

11. Um dos símbolos da Guerra Fria foi a construção do Muro de Berlim. Qual das alternativas abaixo explica a existência desse muro?

a) O Muro de Berlim foi construído na década de 1940 para impedir a invasão da capital alemã pelo exército aliado.

b) A Muro de Berlim foi uma linha imaginária para dividir as duas Alemanhas (uma socialista e outra capitalista).

c) Em 1961 foi construído o Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes: uma capitalista e outra socialista.

d) O Muro de Berlim foi construído, com financiamento soviética, ao redor da cidade para proteger a capital alemã da influência capitalista.

12. Qual foi a única batalha, durante a guerra fria, que teve a luta de um lado do exército dos EUA e do outro o exército da URSS?


a) Guerra da Coreia

b) Guerra do Vietnã

c) Crise dos mísseis

d) Guerra de Suez


13. Qual foi o desfecho da guerra da Coreia?

a) Vitória das forças sul-coreanas e países capitalistas sobre os comunistas e norte-coreanos, paz na fronteira entre as coreias.

b) Vitória das forças comunistas e controle total comunista na península coreana.

c) Invasão das Coreias pelos EUA.

d) Cessar-fogo e estabelecimento de uma zona desmilitarizada no Paralelo 38° N, que separa as duas Coreias.

14. Qual o desfecho da guerra fria?

a) Extinção da União Soviética e do comunismo

b) Extinção da União Soviética e da Polônia

c) Rendição incondicional da União Soviética

d) Extinção da União Soviética


terça-feira, 29 de outubro de 2024

O Renascimento

O Renascimento




Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.

As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.

Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.

Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.

Características Principais:

• Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;

• As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;

• Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);

• A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.

Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.

Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:

- Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.

- Fra Angelico (1395 - 1455) - pintor da fase inicial do Renascimento. Pintou iluminuras, altares e afrescos. Obras principais: A coroação da virgem, A Anunciação e Adoração dos Magos.

- Michelangelo Buonarroti (1475-1564) - destacou-se em arquitetura, pintura e escultura. Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).

- Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).

- Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.

- Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.

- Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia.

- Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.

- Ticiano - (1488-1576) - o mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento Italiano. Sua grande obra foi O imperador Carlos V em Muhlberg de 1548.

Renascimento Científico

Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária ideia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.

Galileu Galilei: um dos principais representantes do Renascimento Científico.

Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a ideia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta ideia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas ideias para fugir da fogueira.

A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento.

Responda:

1. Explique o que foi o Renascimento:

2. O que foi o mecenato e quem eram os mecenas?

3. Onde iniciou o Renascimento?

4.Que qualidades humanas eram exaltadas nas obras dos artistas renascentistas?

5. Explique os termos:

- Teocentrismo:

- Antropocentrismo:

- Heliocentrismo:

6. Quem foi Galileu Galilei e o que ele inventou?

 7. Qual foi a importância da invenção de Gutemberg no século XV?

 8. Faça uma pesquisa sobre Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti e Galileu Galilei sem esquecer de mencionar suas principais obras.


terça-feira, 22 de outubro de 2024

Igreja Católica e suas características na Idade Média

 A Igreja Católica na Idade Média tinha diversas características, entre elas: 

 

  • Influência

A Igreja Católica teve uma grande influência na política, cultura, educação, ciência, arquitetura e saberes da época. 

  • Organização

A Igreja tinha uma organização hierárquica, com padres e sacerdotes na base, bispos acima e o papa no topo. 

  • Poder

A Igreja tinha muito poder, pois pregava que era preciso doar bens para a salvação eterna. 

  • Conhecimento

A Igreja tinha praticamente o controle do saber, pois os padres, bispos, abades e monges eram os únicos que podiam ler e escrever. 

  • Ensinamentos

Os ensinamentos da Igreja eram uma certeza para as pessoas da Idade Média. 

  • Preservação da cultura

A Igreja foi a principal responsável pela preservação da cultura greco-romana. 

  • Doutrinas

A Igreja Católica estabeleceu as doutrinas do cristianismo e combateu as heresias. 

  • Ordem social

A Igreja defendeu a ordem social estabelecida, argumentando que o mundo feudal refletia os desígnios de Deus. 

 

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

II Reinado

 

O Segundo Reinado



É a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro II. Teve início em 23 de julho de 1840, com a mudança na Constituição que declarou Pedro de Alcântara maior de idade com 14 anos e, portanto, apto para assumir o governo. O 2º Reinado terminou em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República.

O governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi marcado por muitas mudanças sociais, política e econômicas no Brasil.

Política no Segundo Reinado

A política no Segundo Reinado foi marcada pela disputa entre o Partido Liberal e o Conservador. Estes dois partidos defendiam quase os mesmos interesses, pois eram elitistas. Neste período o imperador escolhia o presidente do Conselho de Ministros entre os integrantes do partido que possuía maioria na Assembléia Geral. Nas eleições eram comuns as fraudes, compras de votos e até atos violentos para garantir a eleição.

Término da Guerra dos Farrapos

Quando assumiu o império a Revolução Farroupilha estava em pleno desenvolvimento. Havia uma grande possibilidade da região sul conseguir a independência do restante do país. Para evitar o sucesso da revolução, D.Pedro II nomeou o barão de Caxias como chefe do exército. Caxias utilizou a diplomacia para negociar o fim da revolta com os líderes. Em 1845, obteve sucesso através do Tratado de Poncho Verde e conseguiu colocar um fim na Revolução Farroupilha. 

Revolução Praieira

A Revolução Praieira foi uma revolta liberal e federalista que ocorreu na província de Pernambuco, entre os anos de 1848 e 1850. Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil Império, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a sede do jornal dirigido pelos liberais revoltosos (chamados de praieiros) situava-se na rua da Praia. 

Guerra do Paraguai

Conflito armado em que o Paraguai enfrentou a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) com apoio da Inglaterra. Durou entre os anos de 1864 e 1879 e levou o Paraguai a derrota e a ruína.

Ciclo do café

Na segunda metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro, sendo também muito consumido no mercado interno.

Os fazendeiros (barões do café), principalmente paulistas, fizeram fortuna com o comércio do produto.                     As mansões da Avenida Paulista refletiam bem este sucesso. Boa parte dos lucros do café foi investida na indústria, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, favorecendo o processo de industrialização do Brasil.

Imigração

Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão-de-obra nos cafezais de São Paulo, a partir de 1850. Vieram para, aos poucos, substituírem a mão-de-obra escrava que, devido as pressões da Inglaterra, começava a entrar em crise. Além de buscarem trabalho nos cafezais do interior paulista, também foram para as grandes cidades do Sudeste que começavam a abrir muitas indústrias.

Questão abolicionista

- Lei Eusébio de Queiróz (1850): extinguiu oficialmente o tráfico de escravos no Brasil

- Lei do Ventre Livre (1871): tornou livre os filhos de escravos nascidos após a promulgação da lei.

- Lei dos Sexagenários (1885): dava liberdade aos escravos ao completarem 65 anos de idade.

- Lei Áurea (1888): assinada pela Princesa Isabel, aboliu a escravidão no Brasil. 

Crise do Império

A crise do 2º Reinado teve início já no começo da década de 1880. Esta crise pode ser entendida através de algumas questões:

- Interferência de D.Pedro II em questões religiosas, gerando um descontentamento nas lideranças da Igreja Católica no país;

- Críticas e oposição feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que mostravam-se descontentes com a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam insatisfeitos com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam dar declarações na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra;

- A classe média brasileira (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar a implantação da República no país;

- Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico. Fazendeiros de regiões mais pobres do país também estavam insatisfeitos, pois a abolição da escravatura, encontraram dificuldades em contratar mão-de-obra remunerada.

Fim da Monarquia e a Proclamação da República

Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, destituiu o Conselho de Ministros e seu presidente. No final do dia, Deodoro da Fonseca assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório.

No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial brasileira viajaram para a Europa. Era o começo da República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo, de forma provisória, o cargo de presidente do Brasil.

 

RESPONDA:

 

1.       Que partidos disputavam interesses no governo de D. Pedro II?

2.       Qual era o objetivo na Revolução Farroupilha?

3.       O que os lucros do café incentivaram no Brasil?

4.       Em 1850 iniciou o processo de imigração no Brasil. Chegavam europeus de vários países. Qual pais mais enviou imigrantes?

5.       Explique qual era a insatisfação da classe media brasileira com D. Pedro II?

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão

 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 


          Inspirada na declaração da independência americana de 1776 e no espírito filosófico do século XVII, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 marca o fim do Antigo Regime e o início de uma nova era. Expressamente visada pela Constituição da Vª República, hoje ela faz parte de nossos textos de referência.


A história


          A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, juntamente com os decretos de 4 e 11 de agosto de 1789 sobre a supressão dos direitos feudais, é um dos textos fundamentais voltados pela Assembléia Nacional Constituinte, formada em decorrência da reunião dos Estados Gerais.

Adotada em seu princípio antes de 14 de julho de 1789, ela ocasiona a elaboração de inúmeros projetos. Após exaustivos debates, os deputados votam o texto final em 26 de agosto de 1789.

         Ela é composta de um preâmbulo e 17 artigos referentes ao indivíduo e à Nação. Ela define direitos "naturais e imprescritíveis" como a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. A Declaração reconhece também a igualdade, especialmente perante a lei e a justiça. Por fim, ela reforça o princípio da separação entre os poderes.

          Ratificada apenas em 5 de outubro por Luís XVI por pressão da Assembléia e do povo que se dirigiu a Versalhes, ela serve de preâmbulo à primeira Constituição da Revolução Francesa, adotada em 1791. Embora a própria Revolução tenha, em seguida, renegado alguns de seus princípios e elaborado duas outras declarações dos direitos humanos em 1793 e 1795, foi o texto de 26 de agosto de 1789 que se tornou referência para as instituições francesas, principalmente as Constituições de 1852, 1946 e 1958.

           No século XIX, a Declaração de 1789 inspira textos similares em numerosos países da Europa e da América Latina. A tradição revolucionária francesa também está presente na Convenção Européia dos Direitos do Homem, assinada em Roma em 4 de novembro de 1950.

O texto

           Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolveram expor, em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que essa declaração, constantemente presente junto a todos os membros do corpo social, lembre-lhes permanentemente seus direitos e deveres; a fim de que os atos do poder legislativo e do poder executivo, podendo ser, a todo instante, comparados ao objetivo de qualquer instituição política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, estejam sempre voltadas para a preservação da Constituição e para a felicidade geral.

         Em razão disso, a Assembléia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadão:


Art.1.º - Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter como fundamento a utilidade comum.

Art. 2.º - A finalidade de toda associação política é a preservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperidade, a segurança e a resistência à opressão.

Art. 3.º - O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.

Art. 4.º - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites só podem ser determinados pela lei.

Art. 5.º - A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo o que não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.

Art. 6.º - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.

Art. 7.º - Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.

Art. 8.º - A lei só deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.

Art. 9.º - Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, caso seja considerado indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.

Art. 10.º - Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.

Art. 11.º - A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever,imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos dessa liberdade nos termos previstos na lei.

Art. 12.º - A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; essa força é portanto instituída para benefício de todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.

Art. 13.º - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.

Art. 14.º - Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si mesmos ou pelos seus representantes, a necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.

Art. 15.º - A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.

Art. 16.º - A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.

Art. 17.º - Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indenização.


terça-feira, 21 de março de 2023

Globalização

 

Destrave tudo
respondido • verificado por especialistas

GLOBALIZAÇÃOPor Cristiana Gomes 
A globalização surgiu após a Guerra Fria tornando-se o assunto do momento, aparecendo nos círculos intelectuais e nos meios de comunicação, tornando possível a união de paises e povos, essa união nos dá a impressão de que o sem duvida a Internet. É impossivel falar de globalização sem falar da Internet, que a cada minuto nos proporciona planeta está ficando cada vez menor. Um dos mais importantes fatores que contribui para a união desses povos é, uma viagem pelo mundo sem sair do lugar. Dentro da rede conhecemos novas culturas, podemos fazer amizades com pessoas que moram horas de distancia, trabalhamos e ainda podemos nos aperfeiçoar cada vez mais nos assuntos ligados a nossa área de interesse, através dela, milhões de negócios são fechados por dia. A globalização não é uma realização do presente, vem de longa data. Tudo começou há muito tempo quando povos primitivos passaram a explorar o ambiente em que viviam. No século XV os europeus viajavam pelos mares a fim de ligar Onente e Ocidente, a Revolução Industrial foi outro fator que permitiu o avanço de países industrializados sobre o restante do mundo. No final dos anos 70, os economistas passaram a usar o termo "globalização fora das discussões econômicas facilitando as negociações entre os países. Nos anos 80, começaram a ser difundidas novas tecnologias que uniam os avanços da ciência com a produção, por exemplo: nas fábricas, robós ligados aos computadores aceleravam (e aceleram) a produção, ocasionando a redução da mão-de-obra necessária, outro exemplo são as redes de televisão que facilitam ainda mais a realização de negócios, com as suas transmissões em tempo real. A globalização envolve países ricos, pobres, pequenos ou grandes e atinge todos os setores da sociedade, e por ser um fenômeno tão abrangente, ela exige novos modos de pensar e enxergar a realidade. As coisas mudam muito rápido hoje em dia, o território mundial ficou mais integrado, mais ligado, por exemplo, na década de 50, uma viagem de avião cruzando o Oceano Atlántico durava 18 horas, hoje a mesma rola pode ser feita em menos de 5 horas. Em 1855, a notícia da morte de Abraham Lincoln levou 13 dias para chegar na Europa, mas hoje, ficamos sabendo de tudo o que acontece no mundo em apenas alguns minutos. Não podemos negar que a globalização facilita a vida das pessoas, por exemplo o consumidor foi beneficiado, pois podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade, porém ela também pode dificultar. Uma das grandes desvantagens da globalização é o desemprego. Muitas empresas aprenderam a produzir mais com menos gente, e para tal feito elas usavam novas tecnologias fazendo com que o trabalhador perdesse espaço. A necessidade de união causada pela Globalização fez com que vários países que visavam uma integração económica se unissem formando os chamados blocos económicos (ALCA. NAFTA e Tigres Asiáticos, por exemplo). o interesse dessa união seria o aumento do enriquecimento geral. Não podemos esquecer também que, hoje em dia, é essencial o conhecimento da lingua inglesa. O inglés, que ao longo dos anos se tornou a segunda língua de quase todos nós, é exigido em quase todos os campos de trabalho, desde os mais simples como um gerente de hotel até o mais complexo, como um grande empresário que fecha grandes acordos com multinacionais. Para encarar todas estas mudanças, o cidadão precisa se manter atualizado e informado, pois estamos vivendo em um mundo em que a cada momento somos bombardeados de informações e descobertas novas em todos os setores, tanto na música, como na ciência, na medicina e na política. 
QUESTÕES: 
1) Defina o que é globalização. 2) Que recursos as multinacionais utilizam na concorrência, quando ocorre a expansão de suas filiais para os paises subdesenvolvidos? 3) Qual o objetivo dos blocos económicos nessa nova ordem multipolar? E cite-os. 4) Caracterize essa nova ordem multipolar:5) Faça uma lista de vários produtos, empresas, roupas, tênis que vem de outros países.

sábado, 10 de setembro de 2022

I REINADO - SEMINARIO

 

I REINADO

Como se forma uma nação?

Quando Pedro de Alcântara assumiu o governo do novo país, o Brasil, independente de sua antiga metrópole, Portugal, a maioria das províncias passou a ser governada pelo Partido Brasileiro, que imediatamente se mostrou aliado do novo imperador. Mas a independência não foi um processo tão simples assim. No Maranhão e na Bahia a coisa se deu de uma maneira mais complicada. Foi preciso a intervenção militar para derrotar as tropas portuguesas. A situação mais complicada aconteceu, no entanto na província do Pará, onde os Radicais assumiram o governo.

Os rebeldes questionavam a autoridade absoluta do imperador, queriam mais poder para o povo. A resposta de D. Pedro I foi brutal: mandou tropas lideradas pelo mercenário inglês Grenfell, que esmagaram os rebeldes. No dia 15 de agosto de 1823 (quase um ano depois) foi que aconteceu a cerimônia de adesão do Pará à Independência, depois de centenas de mortes.

A organização do novo país.

As elites brasileiras que conduziram a independência do Brasil tinham horror às rebeliões populares como as que ocorreram durante a revolução francesa, mas aceitavam a idéia de que o país deveria ter uma constituição para não se tornar absolutista.

Por isso, foi eleita uma Assembléia Legislativa. Como a eleição era censitária, a grande maioria da Assembléia era formada pela elite do país. O Partido português estava sempre muito próximo a D. Pedro I, e desejavam que ele tivesse plenos poderes, governando praticamente sem nenhum limite. Por isso eles eram chamados de Absolutistas. O Partido brasileiro, ao contrário, era formado por grandes proprietários, eles aceitavam os poderes do imperador, mas queriam que os deputados (a maioria, grandes proprietários que atendiam aos seus interesses) tivessem algum tipo de controle sobre o Imperador. Os Radicais adotavam as idéias liberais e queriam uma monarquia constitucional parecida com a da Inglaterra. Eles tinham o apoio da classe média, mas eram a minoria na assembléia.

Como a Constituição que estava sendo feita atendia aos interesses do partido brasileiro (o Imperador seria controlado por senadores e deputados) mandou fechar a Assembléia e depois ordenou que dez assessores seus redigissem a Constituição do Brasil.

Essa constituição tinha as seguintes características:


v  Dividia o poder político brasileiro em quatro:


§  Executivo: para dirigir a nação e seria exercido pelos ministros escolhidos pelo Imperador.

§  Judiciário: para zelar pelo cumprimento das leis, seria exercido por juízes e tribunais.

§  Legislativo: para fazer as leis, seria exercido pela Assembléia Geral do Império, formada por deputados e senadores.

§  Moderador: exercido pelo Imperador, permitia a ele demitir e nomear juizes e também fechar a Assembléia, ou seja, quem acabava mandando em todos os poderes era o Imperador.


A  Assembléia Geral era eleita por voto censitário e indireto, ou seja, havia uma eleição para escolher as pessoas que poderiam votar em deputado e senador.

O cargo de senador era vitalício, e cada província elegia três pessoas para que o Imperador escolhesse um deles.

O poder era baseado no Unitarismo, ou seja, o poder central (a capital) teria plenos poderes sobre todas as províncias, impedindo qualquer autonomia das províncias, todas as regiões do país tinham que se submeter a capital.

A religião oficial do Brasil seria a Católica e outras religiões só poderiam existir, contanto que não tivessem templos nem reuniões públicas. Além disso, qualquer ordem do Papa teria que passar pela autorização do Imperador. Assim a Igreja ficou subordinada ao Estado.

Essa Constituição agradou pouca gente, e graças a ela acabou eclodindo uma grande revolta em Recife, em 1824.

 A Confederação do Equador.

Para os nordestinos a nova constituição havia sido muito prejudicial, pois continuavam sendo praticamente uma colônia, só que agora, do Rio de Janeiro. O estopim da revolta foi a escolha do novo governador de Pernambuco, que não agradou ás elites locais.

A idéia dos rebeldes era clara, criar um novo país onde não tivesse que se subordinar a nenhuma outra elite. Foi então criada a Confederação do Equador unindo Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde seria proclamada uma República.

Mas não deu certo. D. Pedro I ordenou a repressão e tropas terrestres e navios de guerra avançaram sobre a região. Muitos líderes foram executados. Será que os revolucionários da Confederação se tornaram brasileiros voluntariamente? E os paraenses? Assim esta sendo formado o Estado nacional brasileiro. 

A Guerra da Cisplatina 

Os problemas financeiros do governo se agravaram quando D. Pedro I declarou guerra à Argentina. Tudo havia começado quando D. João ainda estava no Brasil e enviara tropas para tomar um território espanhol onde hoje está o Uruguai. Anos depois, já no tempo e D. Pedro I, o Uruguai foi considerado uma parte do Brasil, com o nome de Província da Cisplatina. Acontece que os uruguaios haviam sido colonizados pelos espanhóis. Não tinham nada a ver com os brasileiros. Eles então pegaram em armas para lutar pela independência. Tinham o apoio da Argentina, que pensava em criar um só país unindo as duas nações. Daí estourou a guerra do Brasil contra a Argentina e os patriotas Uruguaios.

A guerra foi muito desgastante. O governo brasileiro aumentou os impostos e enviou muitos jovens para morrer no campo de batalha. O conflito esgotou argentinos, uruguaios e brasileiros. No final, a Inglaterra interveio. O Brasil desistiu de lutar, mas o Uruguai não se juntou à Argentina. Tornou-se um país independente (1828). Á os brasileiros, que nunca haviam desejado essa guerra tinham mais um motivo para detestar D. Pedro I.

A abdicação de D. Pedro I.

O rei geralmente para de governar quando morre, mas D. Pedro não teve essa oportunidade, pois foi expulso do país por seus inimigos. Vamos ver onde ele arrumou tantas inimizades?

O primeiro motivo foi seu autoritarismo. Quem ousasse critica-lo era mandado para a prisão. Sua atitude agressiva no Pará e em Pernambuco são bons exemplos dessa postura.

A situação do país era péssima e o seu governo só fez piorá-la. Primeiro por que pagou pesadas taxas à Portugal pela independência, dinheiro que pediu emprestado à Inglaterra. Além disso, gastou muito dinheiro combatendo os portugueses e os rebeldes e como não podia pagar suas dividas, emprestava mais dinheiro. Era o início da nossa divida externa.

Mesmo tendo pouco dinheiro, envolveu-se na guerra da Cisplatina, tentando manter essa província unida ao Brasil (hoje a Cisplatina é o Uruguai). Acabou sendo derrotado e deixando o povo ainda mais descontente.

Quando D. João morreu, D. Pedro I deveria tornar-se rei em Portugal. Para os brasileiros, no entanto isso significaria que Portugal e Brasil voltariam a ser o mesmo reino e provavelmente o Brasil voltaria a ser tratado como colônia, pois os portugueses ainda não haviam engolido a história da independência.

O assassinato de um conhecido jornalista, Libero Badaró, foi a gota d’água. O povo acusou D. Pedro e foram às ruas. Logo, no dia 7 de abril de 1831, D. Pedro abdicou do trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara, iniciava-se aí, o período regencial.