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sábado, 10 de setembro de 2022

I REINADO - SEMINARIO

 

I REINADO

Como se forma uma nação?

Quando Pedro de Alcântara assumiu o governo do novo país, o Brasil, independente de sua antiga metrópole, Portugal, a maioria das províncias passou a ser governada pelo Partido Brasileiro, que imediatamente se mostrou aliado do novo imperador. Mas a independência não foi um processo tão simples assim. No Maranhão e na Bahia a coisa se deu de uma maneira mais complicada. Foi preciso a intervenção militar para derrotar as tropas portuguesas. A situação mais complicada aconteceu, no entanto na província do Pará, onde os Radicais assumiram o governo.

Os rebeldes questionavam a autoridade absoluta do imperador, queriam mais poder para o povo. A resposta de D. Pedro I foi brutal: mandou tropas lideradas pelo mercenário inglês Grenfell, que esmagaram os rebeldes. No dia 15 de agosto de 1823 (quase um ano depois) foi que aconteceu a cerimônia de adesão do Pará à Independência, depois de centenas de mortes.

A organização do novo país.

As elites brasileiras que conduziram a independência do Brasil tinham horror às rebeliões populares como as que ocorreram durante a revolução francesa, mas aceitavam a idéia de que o país deveria ter uma constituição para não se tornar absolutista.

Por isso, foi eleita uma Assembléia Legislativa. Como a eleição era censitária, a grande maioria da Assembléia era formada pela elite do país. O Partido português estava sempre muito próximo a D. Pedro I, e desejavam que ele tivesse plenos poderes, governando praticamente sem nenhum limite. Por isso eles eram chamados de Absolutistas. O Partido brasileiro, ao contrário, era formado por grandes proprietários, eles aceitavam os poderes do imperador, mas queriam que os deputados (a maioria, grandes proprietários que atendiam aos seus interesses) tivessem algum tipo de controle sobre o Imperador. Os Radicais adotavam as idéias liberais e queriam uma monarquia constitucional parecida com a da Inglaterra. Eles tinham o apoio da classe média, mas eram a minoria na assembléia.

Como a Constituição que estava sendo feita atendia aos interesses do partido brasileiro (o Imperador seria controlado por senadores e deputados) mandou fechar a Assembléia e depois ordenou que dez assessores seus redigissem a Constituição do Brasil.

Essa constituição tinha as seguintes características:


v  Dividia o poder político brasileiro em quatro:


§  Executivo: para dirigir a nação e seria exercido pelos ministros escolhidos pelo Imperador.

§  Judiciário: para zelar pelo cumprimento das leis, seria exercido por juízes e tribunais.

§  Legislativo: para fazer as leis, seria exercido pela Assembléia Geral do Império, formada por deputados e senadores.

§  Moderador: exercido pelo Imperador, permitia a ele demitir e nomear juizes e também fechar a Assembléia, ou seja, quem acabava mandando em todos os poderes era o Imperador.


A  Assembléia Geral era eleita por voto censitário e indireto, ou seja, havia uma eleição para escolher as pessoas que poderiam votar em deputado e senador.

O cargo de senador era vitalício, e cada província elegia três pessoas para que o Imperador escolhesse um deles.

O poder era baseado no Unitarismo, ou seja, o poder central (a capital) teria plenos poderes sobre todas as províncias, impedindo qualquer autonomia das províncias, todas as regiões do país tinham que se submeter a capital.

A religião oficial do Brasil seria a Católica e outras religiões só poderiam existir, contanto que não tivessem templos nem reuniões públicas. Além disso, qualquer ordem do Papa teria que passar pela autorização do Imperador. Assim a Igreja ficou subordinada ao Estado.

Essa Constituição agradou pouca gente, e graças a ela acabou eclodindo uma grande revolta em Recife, em 1824.

 A Confederação do Equador.

Para os nordestinos a nova constituição havia sido muito prejudicial, pois continuavam sendo praticamente uma colônia, só que agora, do Rio de Janeiro. O estopim da revolta foi a escolha do novo governador de Pernambuco, que não agradou ás elites locais.

A idéia dos rebeldes era clara, criar um novo país onde não tivesse que se subordinar a nenhuma outra elite. Foi então criada a Confederação do Equador unindo Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde seria proclamada uma República.

Mas não deu certo. D. Pedro I ordenou a repressão e tropas terrestres e navios de guerra avançaram sobre a região. Muitos líderes foram executados. Será que os revolucionários da Confederação se tornaram brasileiros voluntariamente? E os paraenses? Assim esta sendo formado o Estado nacional brasileiro. 

A Guerra da Cisplatina 

Os problemas financeiros do governo se agravaram quando D. Pedro I declarou guerra à Argentina. Tudo havia começado quando D. João ainda estava no Brasil e enviara tropas para tomar um território espanhol onde hoje está o Uruguai. Anos depois, já no tempo e D. Pedro I, o Uruguai foi considerado uma parte do Brasil, com o nome de Província da Cisplatina. Acontece que os uruguaios haviam sido colonizados pelos espanhóis. Não tinham nada a ver com os brasileiros. Eles então pegaram em armas para lutar pela independência. Tinham o apoio da Argentina, que pensava em criar um só país unindo as duas nações. Daí estourou a guerra do Brasil contra a Argentina e os patriotas Uruguaios.

A guerra foi muito desgastante. O governo brasileiro aumentou os impostos e enviou muitos jovens para morrer no campo de batalha. O conflito esgotou argentinos, uruguaios e brasileiros. No final, a Inglaterra interveio. O Brasil desistiu de lutar, mas o Uruguai não se juntou à Argentina. Tornou-se um país independente (1828). Á os brasileiros, que nunca haviam desejado essa guerra tinham mais um motivo para detestar D. Pedro I.

A abdicação de D. Pedro I.

O rei geralmente para de governar quando morre, mas D. Pedro não teve essa oportunidade, pois foi expulso do país por seus inimigos. Vamos ver onde ele arrumou tantas inimizades?

O primeiro motivo foi seu autoritarismo. Quem ousasse critica-lo era mandado para a prisão. Sua atitude agressiva no Pará e em Pernambuco são bons exemplos dessa postura.

A situação do país era péssima e o seu governo só fez piorá-la. Primeiro por que pagou pesadas taxas à Portugal pela independência, dinheiro que pediu emprestado à Inglaterra. Além disso, gastou muito dinheiro combatendo os portugueses e os rebeldes e como não podia pagar suas dividas, emprestava mais dinheiro. Era o início da nossa divida externa.

Mesmo tendo pouco dinheiro, envolveu-se na guerra da Cisplatina, tentando manter essa província unida ao Brasil (hoje a Cisplatina é o Uruguai). Acabou sendo derrotado e deixando o povo ainda mais descontente.

Quando D. João morreu, D. Pedro I deveria tornar-se rei em Portugal. Para os brasileiros, no entanto isso significaria que Portugal e Brasil voltariam a ser o mesmo reino e provavelmente o Brasil voltaria a ser tratado como colônia, pois os portugueses ainda não haviam engolido a história da independência.

O assassinato de um conhecido jornalista, Libero Badaró, foi a gota d’água. O povo acusou D. Pedro e foram às ruas. Logo, no dia 7 de abril de 1831, D. Pedro abdicou do trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara, iniciava-se aí, o período regencial.

 

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA (SÉCULO XVIII): A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

 

Por Revolução Industrial, as ciências humanas compreendem como o período de grande desenvolvimento tecnológico que foi iniciado na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII. Com o tempo, esse desenvolvimento espalhou-se para outras partes do mundo, como a Europa ocidental e os Estados Unidos. Assim, surgiu a indústria, e as transformações causadas por essa possibilitaram a consolidação do capitalismo.

A Revolução Industrial também impactou as relações de trabalho, gerando uma reação dos trabalhadores, cada vez mais explorados no contexto industrial. Antecedentes O início da Revolução Industrial ocorreu pelo desenvolvimento da máquina a vapor, que aproveita o vapor da água aquecida pelo carvão para produzir energia e revertê-la em força para mover as máquinas. Na Inglaterra, ainda no final do século XVII, foi criada a primeira máquina desse tipo, por Thomas Newcomen, e, na década de 1760, esse equipamento foi aprimorado por James Watt.

As primeiras máquinas que surgiram voltavam-se, principalmente, para atender as necessidades do mercado têxtil da Inglaterra. Sendo assim, grande parte das primeiras máquinas criadas veio com o objetivo de facilitar o processo de produção de roupas. Essas máquinas teciam fios em uma velocidade muito maior que a do processo manual. Com o tempo e à medida que os grandes capitalistas chamados de burgueses foram enriquecendo, o lucro de suas indústrias começou a ser revertido em investimento para o desenvolvimento das estradas de ferro, por exemplo. O surgimento da locomotiva e da estrada de ferro permitiu que as mercadorias pudessem ser transportadas com maior rapidez e em maior quantidade. Isso aconteceu porque o lucro da indústria inglesa era tão alto que permitiu a diversificação dos investimentos em outros segmentos.  A Revolução Industrial causou profundas transformações no mundo, e uma dessas transformações deu-se no processo produtivo e no estilo de vida dos trabalhadores. Para que possamos entender como a vida do trabalhador mudou, precisamos visualizar, antes, as mudanças no processo de produção de mercadorias utilizando o contexto da produção têxtil.

Antes da Revolução Industrial, o processo de produção era manufatureiro, ou seja, a produção acontecia em uma manufatura, na qual a produção era manual e o trabalhador realizava seu trabalho por meio de sua capacidade artesanal. Com o desenvolvimento das máquinas, a produção passou a ser parte da maquinofatura, isto é, a máquina era a grande responsável pela produção. Assim, se, antes da máquina, a produção necessitava da habilidade artesanal do trabalhador, agora, isso não era mais necessário porque qualquer trabalhador poderia manejar a máquina e realizar todo o processo sozinho. Na prática, isso significa que não era mais necessário um trabalhador com habilidades manuais, e o resultado disso foi que seu salário diminuiu. Além do salário extremamente baixo, os trabalhadores eram obrigados a aceitar uma carga de trabalho excessivamente elevada que, em alguns casos, chegava a 16 horas diárias de trabalho, das quais o trabalhador só tinha 30 minutos para almoçar. Essa jornada era particularmente cruel porque todos aqueles que não a aguentassem eram prontamente substituídos por outros trabalhadores. O trabalho, além de cansativo, era perigoso, pois não havia nada que protegesse os trabalhadores, e eram comuns os acidentes que os faziam perder os dedos ou mesmo a mão em casos mais graves. Os afastados por doenças não recebiam, pois, o salário só era pago para aqueles que trabalhavam. Os que ficavam fisicamente incapacitados de exercer o serviço eram demitidos e outros trabalhadores contratados. Na questão salarial, mulheres e crianças também trabalhavam e seus salários eram, pelo menos, 50% menores do que os dos homens adultos. Muitos patrões preferiam contratar somente mulheres e crianças porque o salário era menor (e, por conseguinte, seu lucro maior) e essas eram mais sujeitas a obedecerem às ordens, sem se rebelarem.


Responda as questões abaixo:


1. O que ocasionou a Revolução Industrial?

2. Quais meios tecnológicos surgiram que revolucionou os meios de transporte e comunicação?

3. Porque a Inglaterra foi pioneira no setor industrial?

4. que combustível foi utilizado na maquina a vapor?

5. quais as classes sociais surgiram nesse seguimento industrial?


Filósofos iluministas



 

Apresentamos mais 3 (três) pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e ideias  neste período. São eles: 

John Locke. 

Nasceu em 29 de agosto de 1632 e faleceu em 28 de outubro de 1704. É Considerado o “pai do  Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o entendimento humano”, aonde Locke defende a razão  afirmando que a nossa mente é como uma tábula rasa sem nenhuma ideia. Defendeu a liberdade dos cidadãos  e Condenou o absolutismo. 

Ele também defendia que todo ser humano tem direitos naturais, como a liberdade, a felicidade e a  prosperidade, que deveriam ser garantidos pelos governos. Estes deveriam nascer de um pacto entre os  indivíduos e a sociedade, que aceitaria ser governada para superar os conflitos. Os governantes poderiam ser  destituídos caso não correspondessem aos interesses comuns. 

Locke também defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas  ideias forte oposição da Igreja Católica. 

Jean-Jacques Rousseau. 

Nasceu em 28 de Junho de 1712 e faleceu em 2 de julho de 1778 É autor da obra “O contrato  social”, na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a vontade do povo. Apenas um  Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos.  Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia. 

O francês Rousseau afirmava que o poder pertence ao povo e que, portanto, todo governo deveria  estar submetido à vontade soberana do povo. Também acreditava que o ser humano, naturalmente bom, é  desvirtuado pela sociedade. 

Denis Diderot. 

Nasceu na França em 5 de outubro de 1713 e faleceu em 31 de Julho de 1784. Foi um importante escritor,  enciclopedista e filósofo francês do século XVIII. É considerado uma das principais figuras do Iluminismo. Sua grande  obra foi a elaboração editorial da "Enciclopédia", em parceria com d'Alembert entre 1750 e 1772. 

Em 1732, recebeu, da Universidade de Paris, o título de mestre em Artes. Nesse curso, Diderot estudou Literatura,  Filosofia, Matemática, Lógica, Física, Matemática entre outras disciplinas. Em 1749, foi detido e preso em Vincennes,  por ter publicado a obra Carta sobre os cegos

Pensamentos e ideias mais importantes: 

- Importância da Ciência como principal motor do desenvolvimento e progresso humano. - A política deve se incumbir de eliminar as diferenças sociais. 

- A religião deve ficar restrita ao campo de formação do comportamento humano. 

- A tecnologia é de fundamental importância para o desenvolvimento econômico das nações. - Foi um crítico do Absolutismo e do poder e influência da Igreja na sociedade. 

Atividade 

1.Após a realização da leitura da vida dos 5 (cinco) importantes filósofos: Voltaire, Montesquieu, John  Locke, Rousseau e Diderot. Qual informação chamou mais sua atenção? Justifique sua resposta.

2. Por qual razão os pensadores iluministas eram perseguidos pela  Igreja e a nobreza?

3. Quais organizaram a Enciclopedia?


terça-feira, 24 de maio de 2022

SOCIEDADE MEDIEVAL

SOCIEDADE MEDIEVAL

    Organização política, econômica e social. Terminadas as invasões, as sociedades européias começaram a se estabilizar e, de acordo com a organização social, política e econômica que se fixava, passaram a ser compostas por três categorias sociais, cada qual com sua função específica: 
• a que trabalhava – a servil camponesa; 
• a que rezava - a clerical; 
• a que guerreava – a senhorial. 
A sociedade feudal era, portanto, uma sociedade tripartida (dividida em três partes) e estamental, ou seja não aceitava mudanças.


A posse da terra (do feudo) era o critério que determinava o lugar do indivíduo na sociedade. Por menor que fosse o tamanho do feudo, seu proprietário possuía importância na sociedade. A Igreja Católica tornou-se a maior proprietária de terras na Europa medieval, portanto ela era a instituição mais poderosa da sociedade feudal.

Mas a característica fundamental dessa sociedade estava nas relações existentes entre os homens que a compunham. Todo homem, do mais humilde ao mais poderoso, ligava-se a um outro homem, superior na hierarquia, que o tomava sob sua proteção em troca de diversas obrigações. Assim, criava-se um sistema no qual todos os homens estavam subordinados uns aos outros e ligados entre si por obrigações mútuas.



Sociedade Estamental

Sociedade na qual o indivíduo pertence a uma categoria com função e lugar específicos, sendo-lhe proibida a passagem de uma ordem para outra.

Mesmo os grandes senhores deviam obediência pessoal ao rei, embora, na prática, ela nem sempre se verificasse. E a posição do rei, por sua vez, dependia quase sempre de suas relações com as autoridades da Igreja.

Quanto aos indivíduos que não possuíam terras e que, em troca de proteção, se puseram ao serviço de um senhor, eram os que, de fato, trabalhavam a terra.

Enfim, a sociedade feudal era uma sociedade fortemente hierarquizada, na qual cada uma das camadas sociais devia estar ciente de suas funções, seus direitos e deveres. Afinal, segundo justificativa da Igreja Católica, “o próprio Deus quis que, entre os homens, alguns fossem senhores e outros, servos, de modo que os senhores venerem e amem a Deus e que os servos amem e venerem o seu senhor”. 

O que era o feudalismo?

 Dá-se o nome de feudalismo ao modo de organização da sociedade que se baseava nos trabalhos dos servos. Predominante na Idade Média, suas principais características eram o poder político descentralizado, economia alto suficiente e forte influência religiosa.

Suserania e Vassalagem 

Em seu governo, Carlos Magno costumava doar terras aos membros de sua nobreza, que, em troca, juravam prestar-lhe serviços, principalmente militares. Com essa atitude o imperador se tornava o suserano – aquele que na Idade Média feudal doava a terra – de uma série de vassalos – aqueles que recebiam a doação.

Os nobres que recebiam as terras passaram a ter imunidades contra qualquer interferência do rei em suas propriedades rurais, exceto quando desrespeitavam as obrigações.

A terra doada tornava-se um feudo, ou seja, uma propriedade onde o seu dono estava investido de poderes políticos e jurídicos, mantendo, com seu suserano, um compromisso militar.

A autoridade política e jurídica dos senhores feudais em sua propriedade rural era indiscutível e foi exercida durante quase toda a Era Feudal, superando o poder do rei. Essa transferência do poder das mãos do rei para as mãos dos senhores feudais tornou-se a característica política fundamental do feudalismo.

Na Era Feudal, o sistema de concessão de feudos se estendeu, tornando-se comum um grande proprietário conceder parte de suas terras a outro nobre. A subordinação entre os senhores feudais variava de acordo com a posição que cada um ocupava na hierarquia da nobreza, dividida em alta nobreza — duques, condes e marqueses — e baixa nobreza — barões e cavaleiros.

As obrigações entre os membros dessa elite aristocrata, que valorizava a guerra e a prática militar, eram estabelecidas através de um juramento de fidelidade, que mais uma vez remontava ao comitatus germânico, feito numa cerimônia denominada homenagem.

De acordo com o contrato feudal aí estabelecido:

• o suserano se obrigava a dar proteção e apoio jurídico a seu vassalo;

• os vassalos, por sua vez, juravam participar do exército particular do suserano e contribuir com dinheiro para resgatá-lo, caso fosse feito prisioneiro, bem como para armar cavaleiro um filho do suserano e para o dote de uma filha deste quando ela se casasse.

Na linha hierárquica da nobreza, um nobre poderia ser ao mesmo tempo, suserano de vários vassalos e vassalo de 
um ou de vários suseranos. Por exemplo, na França feudal, embora o poder político estivesse concentrado nas mãos dos senhores e a autoridade real fosse limitada pelas normas feudais, o rei ocupava o topo da hierarquia social, pois era considerado o suserano de todos os suseranos. Isso significa que os grandes senhores, ao mesmo tempo em que eram suseranos de outros senhores feudais, para os quais haviam doado terras, estavam ligados ao rei pelos compromissos de vassalagem.

 

A organização do feudo.

As grandes unidades rurais chamadas feudos abrigavam os bosques, os pastos, as terras para o cultivo, o castelo fortificado, uma igreja ou capela e as aldeias desprovidas de fortificações. Dessas aldeias saíam os servos de madrugada para o trabalho agrícola, cuidar do gado ou, ainda, colher frutos nos bosques, caçar e pescar, já que a caça e a pesca eram parte substancial de sua alimentação.

As terras nessas grandes propriedades estavam divididas em três partes:

• bosques e pastos de utilização comum pelo senhor e pelos servos;

• manso senhorial, de uso exclusivo do senhor; 

• manso servil, onde os servos trabalhavam pagando ao senhor com produtos e prestação de serviços em troca do uso da terra.

Nas terras reservadas ao cultivo, era praticada uma agricultura de subsistência, ou seja, voltada para o consumo da comunidade.

O comércio era local geralmente feito à base de troca e cada feudo tinha sua própria moeda, cuja circulação se restringia à sua comunidade.

Nos primeiros séculos do feudalismo, a agricultura era praticada fazendo-se o rodízio das áreas cultivadas, conhecido como sistema de dois campos. Nesse sistema, a cada ano, um dos dois campos era cultivado e o outro ficava descansando para recuperar a fertilidade.

Uma pequeníssima parte das atividades agrícolas era executada por um reduzido número de trabalhadores livres conhecidos como vilões, que também eram obrigados a dar parte do que produziam ao dono da propriedade. Mas, ao contrário dos servos, os vilões tinham a liberdade de deixar a terra quando quisessem. Além disso, os bens que eles acumulavam lhes pertenciam inteiramente.

Os camponeses compunham a imensa maioria de servos.

Embora os vários países da Europa feudal apresentassem diferentes tipos de vida no campo, os servos em geral compunham a grande quantidade de produtores agrícolas dependentes e presos à terra e às obrigações que lhes eram impostas pelos senhores feudais, como a talha, a corvéia e as banalidades:

a talha consistia na obrigação dos camponeses de darem ao senhor da propriedade uma parte do que produziam, que em geral correspondia à metade;

a corvéia era a obrigação de trabalharem sem remuneração alguns dias da semana nas áreas de cultivo reservadas ao senhor;

as banalidades eram os pagamentos obrigatórios que eles faziam ao senhor pelo uso da destilaria, do forno, do celeiro, do moinho.

Todas essas obrigações, somadas à doação do dízimo (10%) da sua produção à Igreja, resultavam em aflitivos dramas sociais, principalmente a fome e a miséria, que levavam os servos a revoltas freqüentes.

A principal função dos servos era produzir para satisfazer as suas próprias necessidades, bem como as daqueles para os quais o trabalho era uma atividade destinada exclusivamente às camadas consideradas socialmente inferiores.




SOMOS TODOS DA IDADE MEDIA

 

SOMOS TODOS DA IDADE MÉDIA

 

Pouca gente se dá conta, mas muitos hábitos, conceitos e objetos tão presentes no nosso dia-a-dia, inclusive o próprio idioma que falamos, vêm daquela época.

Muitos professores consideram especialmente árdua a tarefa de ensinar História Medieval. A distância que separa os alunos de época tão remota, argumentam alguns, seria um dos principais obstáculos. Como despertar seu interesse por tema tão antigo? Como passar às novas gerações conceitos, idéias e fatos que, aparentemente, têm tão pouco a ver com o mundo de hoje? Mas seria bem diferente se eles mostrassem a seus discípulos que, como veremos a seguir, e embora muita gente não se dê conta, nosso próprio cotidiano está impregnado de hábitos, costumes e objetos que vêm de muito mais longe do que se pode imaginar.

Ao tratarmos da História do Brasil, por exemplo, a tendência é começar no dia 22 de abril de 1500, quando Pedro Álvares Cabral e os tripulantes de sua esquadra “descobriram” nossa terra. Mas aqueles homens não traziam atrás de si, dentro de si, toda uma história? Não trouxeram para cá amplo conjunto de instituições, comportamentos e sentimentos? Aquilo que é até hoje o Brasil não tem boa parte da sua identidade definida pela longa história anterior de seus “descobridores”? Dizendo de outro modo, nossas raízes são medievais, percebamos ou não este fato.

Pensemos num dia comum de uma pessoa comum. Tudo começa com algumas invenções medievais: ela põe sua roupa de baixo (que os romanos conheciam mas não usavam), veste calças compridas (antes, gregos e romanos usavam túnica, peça inteiriça, longa, que cobria todo o corpo), passa um cinto fechado com fivela (antes ele era amarrado). A seguir, põe uma camisa e faz um gesto simples, automático, tocando pequenos objetos que também relembram a Idade Média, quando foram inventados, por volta de 1204: os botões. Então ela põe os óculos (criados em torno de 1285, provavelmente na Itália) e vai verificar sua aparência num espelho de vidro (concepção do século XIII). Por fim, antes de sair olha para fora através da janela de vidro (outra invenção medieval, de fins do século XIV) para ver como está o tempo. 

Ao chegar na escola ou no trabalho, ela consulta um calendário e verifica quando será, digamos, a Páscoa este ano: 23 de março de 2008. Assim fazendo, ela pratica sem perceber alguns ensinamentos medievais. Foi um monge do século VI que estabeleceu o sistema de contar os anos a partir do nascimento de Cristo. Essa data (25 de dezembro) e o dia de Páscoa (variável) também foram estabelecidos pelos homens da Idade Média. Mais ainda, ao escrever aquela data – 23/3/2008 –, usamos os chamados algarismos arábicos, inventados na Índia e levados pelos árabes para a Europa, onde foram aperfeiçoados e difundidos desde o começo do século XIII. O uso desses algarismos permitiu progressos tanto nos cálculos cotidianos quanto na matemática, por serem bem mais flexíveis que os algarismos romanos anteriormente utilizados. Por exemplo, podemos escrever aquela data com apenas sete sinais, mas seria necessário o dobro em algarismos romanos (XXIII/III/MMVIII).

Para começar a trabalhar, a pessoa possivelmente abrirá um livro para procurar alguma informação, e assim homenageará de novo a Idade Média, época em que surgiu a idéia de substituir o incômodo rolo no qual os romanos escreviam. Com este, quando se queria localizar certa passagem do texto, era preciso desenrolar metros de folhas coladas umas nas outras. Além disso, o rolo desperdiçava material e espaço, pois nele se escrevia apenas de um lado das folhas. O formato bem mais interessante do livro ficou ainda melhor com a invenção da imprensa, em meados do século XV, que permitiu multiplicar os exemplares e assim barateá-los. Tendo encontrado o que queria, a pessoa talvez pegue uma folha em branco para anotar e, outra vez, faz isso graças aos medievais. Deles recebemos o papel, inventado anteriormente na China, mas popularizado na Europa a partir do século XII. Mesmo ao passar suas idéias para o computador, a pessoa não abandona a herança medieval. O formato das letras que ali aparecem, assim como em jornais, revistas, livros e na nossa caligrafia, foi criado por monges da época de Carlos Magno.

Sentindo fome, a pessoa levanta os olhos e consulta o relógio na parede da sala, imitando gesto inaugurado pelos medievais. Foram eles que criaram, em fins do século XIII, um mecanismo para medir o passar do tempo, independentemente da época do ano e das condições climáticas. Sendo hora do almoço, a pessoa vai para casa ou para o restaurante e senta-se à mesa. Eis aí outra novidade medieval! Na Antiguidade, as pessoas comiam recostadas numa espécie de sofá, apoiadas sobre o antebraço. Da mesma forma que os medievais, pegamos os alimentos com colher (criada aproximadamente em 1285) e garfo (século XI, de uso difundido no XIV). Terminada a refeição, a pessoa passa no banco, que, como atividade laica, nasceu na Idade Média. Depois, para autenticar documentos, dirige-se ao cartório, instituição que desde a Alta Idade Média preservava a memória de certos atos jurídicos (“escritura”), fato importante numa época em que pouca gente sabia escrever.

À noite, enfim, a pessoa vai à universidade, instituição que em pleno século XXI ainda guarda as características básicas do século XII, quando surgiu. As aulas, com freqüência, são dadas a partir de um texto que é explicado pelo professor e depois debatido pelos alunos. Alguns deles recebem um auxílio financeiro para poderem estudar, como no colégio fundado pelo cônego Roberto de Sorbon (1201-1274) e que se tornaria o centro da Universidade de Paris. Depois de mais um dia de trabalho e estudo, algumas pessoas querem relaxar um pouco e passam na casa de amigos para jogar cartas, divertimento criado em fins do século XIV, como lembram os desenhos dos naipes e a existência de reis, rainhas e valetes. Outros preferem manter a mente bem ativa e vão praticar xadrez, jogo muito apreciado pela nobreza feudal, daí a presença de peças como os bispos, as torres e as rainhas.

Durante todas essas atividades, pensamos, falamos, lemos e escrevemos em português, sem, na maioria das vezes, nos darmos conta de que esse elemento central do patrimônio cultural brasileiro vem da Idade Média. E não só porque a nossa língua nasceu em Portugal medieval. Como qualquer língua, com o passar do tempo o português falado na sua terra de origem foi se alterando bastante. Muitas características do idioma falado hoje em dia em Portugal – inclusive o que chamamos de sotaque daquele povo – são do século XIX. Mas no Brasil aquele idioma foi introduzido no século XVI por colonos que falavam da mesma forma que cem ou duzentos anos antes, isto é, como em Portugal medieval. Além disso, sendo o Brasil muito vasto e muito distante da metrópole portuguesa, as lentas transformações na língua demoravam mais para chegar aqui. Em resumo, falamos hoje um português mais parecido com o da Idade Média do que com o de Portugal moderno.

Estudos recentes mostraram que idosos analfabetos do interior de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo usavam, em fins do século XX, formas do português dos séculos XIII-XVI. Essas pessoas ainda falam esmolna em vez de “esmola”, pessuir e não “possuir”, despois no lugar de “depois”, preguntar para dizer “perguntar”. Contudo, não se trata propriamente de erros, e sim de exemplos de manutenção de formas antigas, levadas àqueles locais pelos bandeirantes nos séculos XVI e XVII. Devido ao isolamento e à pobreza daquelas regiões, esse modo de falar prolongou-se pelos séculos seguintes.

Basta uma rápida olhada em qualquer aglomerado humano no Brasil, seja no metrô, num estádio de futebol ou simplesmente nas ruas, para se constatar o que todos sabemos: a população brasileira tem alto grau de mestiçagem. Nada estranho, já que a terra era habitada por diferentes tribos indígenas quando os portugueses aqui chegaram, e logo foram introduzidos muitos escravos africanos. O que se ignora com freqüência, porém, é que se os dominadores portugueses aceitaram com facilidade a mestiçagem, é porque ela fazia parte da sua prática social havia muito tempo. Eles resultavam da mistura entre celtas, romanos, germanos, berberes (população do norte africano), árabes, judeus e negros. Importantes historiadores já afirmaram que, pelo menos até o século XIV, os mouros não devem ser considerados uma etnia, e sim uma minoria religiosa, porque, em termos raciais, não havia diferença entre portugueses cristãos e portugueses muçulmanos. Portanto, os portugueses já eram mestiços ao chegarem à América, o que facilitou a mistura racial na colônia.

Estudar História – de qualquer época e de qualquer local – não deve ser tarefa utilitarista, não deve “servir” para alguma coisa específica. A função de seu estudo é mais ampla e importante; é desenvolver o espírito crítico, é exercitar a cidadania. Ninguém pode atingir plenamente a maturidade sem conhecer a própria história, e isso inclui, como não poderia deixar de ser, as fases mais recuadas do nosso passado. Assim, estudar História Medieval é tão legítimo quanto optar por qualquer outro período. Mas não se deve, é claro, desprezar pedagogicamente a relação existente entre a realidade estudada e a realidade do estudante. Neste sentido, pode ser estimulante mostrar que, mesmo no Brasil, a Idade Média, de certa forma, continua viva.

( Hilario Franco Junior)

1) Com base em seus conhecimentos e no texto, explique por que a Idade Média não pode ser classificada como a “Idade das Trevas”.

2) Hilário Franco Jr. aponta em seu texto uma série de hábitos e tradições herdados do Medievo. Quais outras práticas medievais podem ser apontadas como relevantes até os dias atuais? (Cite ao menos duas).

3) Que parte do texto lhe chamou mais atenção? Explique por que:

4) O texto é jornalístico, literário, filosófico, jurídico ou historiográfico?

5) De que forma o autor do texto tenta demonstrar aquilo que afirma?

6) Por que você acha que o autor do texto mostrou vários hábitos e objetos que surgiram na Idade Media e permanecem ate hoje?

7) Cite exemplos de alguns objetos inventados na Idade Media e que usamos ate hoje:

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Desafio (revisão)

 Desafio de História

2 ano

Temas: Reforma Protestante e Expansão Marítima

1. A partir de profundo estudo do pensamento de Santo Agostinho, o teólogo Martinho Lutero foi o primeiro a organizar um movimento bem sucedido contra o clero católico. Com base nessa afirmação, responda:

a)  Quem era Lutero?

b)  Quais as críticas fundamentais que Lutero fez contra a Igreja Católica?

c) Que argumentos ele utilizou para condenar a venda das indulgências?

d) Quais foram as consequências do gesto de Lutero?

2. Perdão à venda

Essa gravura, de Joerg Breu, c.1500, mostra sacerdotes (a cavalo) e agentes de banqueiros (sentados) vendendo cartas de indulgências.

a) O que eram as indulgências?

b) O que o artista representa nesta cena projetada?

c) Quem são os personagens retratados?

d) Quem está vendendo?

e) O que aconteceria com os fiéis e também com seus mestres que acreditassem estar salvos através da compra da indulgência, segundo Lutero?


3. Comente uma característica de cada doutrina que a distingue das outras.

a)Luteranismo: 

b)Calvinismo:

c)Anglicanismo: 

4.Por que o Calvinismo atraiu tantos comerciantes e banqueiros?

5. A reforma religiosa promovida pelo rei inglês Henrique 8° permitiu a ele se divorciar e a conquistar as terras da Igreja Católica. Qual foi a nova Igreja que ele criou?

6. Sobre os empreendimentos marítimos dos séculos quinze e dezesseis, qual era o principal propósito?

7. Quem financiava as Grandes Navegações?

8. Cite dois momentos significativos das navegações portuguesas.

9. Que inventos favoreceram as Grandes Navegações?

10. Por que Portugal foi pioneiro nas Grandes Navegações?

11. Como era a relação entre Portugal e Espanha durante esse processo?

12. Quais foram as consequências das Grandes Navegações?




Expansão Marítima (resumo)

 EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA

Empreendimento marítimo e comercial ocorrido nos séculos XV e XVIII

Entre os séculos XV e XVIII os europeus iniciaram um grande empreendimento marítimo que ficou conhecido como expansão marítima europeia. Isso só foi possível quando no final da Idade Média o feudalismo sofreu profundas transformações e abriu espaço para uma nova estrutura econômica baseada no lucro.

Essa nova realidade fez com que os governos buscassem alternativas para o desenvolvimento da economia.

Nesse contexto, a expansão marítima europeia teve como finalidade principal a superação da crise econômica dos séculos XIV e XV e o desenvolvimento da economia mercantil com a conquista de novos mercados. Esse evento marítimo expansionista dos europeus em busca das relações comerciais culminou ainda na descoberta de vários territórios, inclusive do território brasileiro.

Fatores que motivaram a expansão marítima

Diversos fatores contribuíram para a expansão marítima europeia. Entre eles:

• monopólio árabe-italiano no Mediterrâneo que impulsionou a busca de novas

rotas marítimas;

• exploração de metais preciosos para a cunhagem de moedas;

• investimento financeiro das monarquias nacionais aos projetos náuticos;

• centralização política dos reinos absolutistas;

• aliança política entre os reis e a burguesia mercantil interessada na lucratividade

da expansão ultramarina;

• divulgação da fé cristã para povos de outros territórios;

• aperfeiçoamento das técnicas navais.

Outro importante fator que corroborou ainda mais para a expansão marítima Europeia foi o Renascimento urbano e comercial.

Esse novo contexto cultural trouxe um outro olhar para as questões humanas, espirituais e naturais. Anteriormente, as teorias teocêntricas da Igreja Católica disseminavam concepções infundadas sobre os oceanos, como a existência de monstros tenebrosos nas profundezas dos mares e zonas tórridas.

O espírito aventureiro e de conquista adotado pelos navegadores europeus os fizeram superar toda e qualquer ideia arcaica acerca das navegações.

Outra atividade importante foi o desenvolvimento da arte da ciência náutica, com o uso da bússola, do astrolábio, o quadrante, as caravelas, as cartas de marear e a vela triangular.

A Igreja Católica realizou muitas missas e benção especiais para as expansões marítimas portuguesas por motivos religiosos, e também econômicos. A razão disso é que com o comércio marítimo os dízimos aumentariam a receita do clero.

Consequências da expansão marítima europeia

O comércio em escala mundial foi ampliado graças as grandes navegações da expansão marítima europeia. Por isso, muitos historiadores denominam as relações comerciais do século XV ao XVII de Revolução Comercial.

O mar Mediterrâneo era monopolizado pelos árabes-italianos, através das rotas rrestres das cidades italianas de Gênova e Veneza. Depois da expansão marítima europeia o eixo econômico passou a ser o oceano Atlântico.

A mudança do eixo econômico valorizou a cidade portuguesa de Lisboa posteriormente, a cidade espanhola de Sevilha.

O comércio marítimo europeu ainda ocasionou o surgimento do colonialismo e da exploração das riquezas das terras descobertas.

Questões

1. Qual era o interesse dos navegadores europeus em chegar em até às Índias?

2. Sobre os fatores que influenciaram o pioneirismo português na expansão ultra marina, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas alternativas a seguir:

a) ( ) Localização Geográfica favorável: pois Portugal estava localizada no Oceano Índico.

b)( ) Domínio de técnicas de navegação e de instrumentos como o astrolábio e a bússola.

c) ( ) Centralização monárquica como Estado Moderno, que permitiu o financiamento das navegações.

d) (. ) Conhecimento de documentos que já falavam de rotas comerciais que já se comunicavam com locais distantes, inclusive com os fenícios, que faziam comércio com o Brasil.

3. O expansionismo marítimo, complete as frases com o banco de palavras:

Cristovão Colombo – metais preciosos – Inglaterra – Caravela – África – especiarias – Tratado de Tordesilhas

a) Produtos raros na Europa que eram utilizados para conservar os alimentos:____________.

b) Tratado firmado entre Portugal e Espanha em 1494 e que destinou uma parte das terras americanas para espanhóis e portugueses:__________ __________

c) Continente cujo litoral ficou mais conhecido a partir das viagens dos navegantes portugueses:___________.

d) Navegador que acreditava na esfericidade da Terra: ________________.

e) Riqueza encontrada na América e levada pelos espanhóis em grande quantidade para a Europa:____________.

f) Invenção portuguesa que facilitou as viagens marítimas:_____________.

g) Reino que saiu atrasado para as viagens marítimas e conquistou terras na América do Norte:_________.


Grécia e Roma Antiga

 Grécia Antiga

A mais sábia das civilizações antigas

A civilização grega foi a mais avançada do mundo antigo. 

Foi na Grécia que o pensamento filosófico teve origem. O pensamento filosófico deu base para o desenvolvimento do conhecimento científico, ou seja, explicar os fatos através de métodos e técnicas que possam ser avaliados e comprovados. Antes disso só existia o pensamento mítico, baseado em crenças e mitos que não podiam ser comprovados, pois partiam do imaginário popular. Sócrates, Platão e Aristóteles foram os principais filósofos da Grécia Antiga, contribuindo para a evolução de diversas áreas do conhecimento. 

Sociedade e Cultura

A sociedade grega tinha uma hierarquia bem definida: os periecos eram os habitantes da periferia e não tinham participação política; os esparciatas eram cidadãos espartanos integrados ao exército ou negócios públicos, os escravos eram os prisioneiros de guerra ou pessoas escravizadas por terem dívidas; os hilotas eram servos do estado; os metecos eram estrangeiros ligados ao comércio e também não tinham participação na vida pública e finalmente os eupátridas eram as pessoas nascidas em Atenas, formavam a aristocracia latifundiária.

 A tragédia e a comédia foram os dois gêneros de teatro da Grécia. As apresentações de teatro eram feitas ao ar livre e muitas peças do teatro grego são representadas até hoje.

 A poesia grega era muito valorizada, tanto que em todos os banquetes, jogos e festivais era declamada inclusive acompanhada por música. Eram classificadas em épica, encontrada nas obras de Homero e lírica, que recebeu esse nome por sempre ser acompanhada pelo som da lira.

Os templos foram os maiores representantes da arquitetura grega. Eram construções requintadas, feitas em pedra e com estilo próprio. O templo grego mais importante era o Partenon de Atenas.

 A escultura foi desenvolvida, por muito tempo, para completar as obras arquitetônicas, principalmente nos templos. Assim, é comum ver grandes esculturas ao lodo de templos e construções gregas.

Na medicina os gregos também “saíram na frente”, Hipócrates foi o primeiro a estudar as ciências médicas. Na Grécia Antiga havia uma forma interessante de atendimento: as consultas eram gratuitas, mas a pessoa que se restabelecia deveria fazer uma oferenda, levando ao “doutor” uma réplica do órgão ou membro afetado.

Culto a vários deuses

 No que desrespeito à religião, os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses, mas para eles os deuses tinham uma forma antropomórfica, ou seja, eram a figura ampliada dos homens e a única diferença entre eles era a característica de imortalidade dos deuses. Podiam ser encontrados nas alturas dos céus ou nas profundezas dos oceanos e eram, representavam forças da natureza, protegiam a humanidade e representavam paixões e sentimentos humanos. Além dos deuses, os heróis também eram cultuados e chamados de semideuses.

 Grécia e a origem das Olimpíadas

O evento esportivo mais importante do mundo surgiu na Grécia

Para os gregos o esporte era muito importante! Através dele podiam mostrar suas habilidades e homenagear os deuses, principalmente Zeus, considerado o “deus dos deuses”. Como ocorria na cidade de Olimpia, o evento passou a ser chamado de Olimpíada. A primeira aconteceu há 2.500 a.C. com uma única competição: a corrida olímpica. A partir daí ficou estabelecido que as olimpíadas ocorreriam sempre a cada quatro anos, durante os meses de julho e agosto, sistema que é mantido até hoje. 

Com o passar do tempo, o número de competições foi aumentando, até chegar a dez eventos: corrida, pentatlo, arremesso de disco, salto em distância, lançamento de dardo, luta, boxe, pancrácio, corrida de bigas (carro de duas ou quatro rodas puxados por cavalos) e corrida de cavalos. Tudo tinha que acontecer em cinco dias!

Curiosidade

Segundo a mitologia greco-romana, os deuses habitavam o Monte Olimpo, que fica no norte da Grécia, perto do mar Egeu. Tem 3 mil metros de altura e é o ponto mais alto do país.

(fonte: Guia dos Curiosos)

Roma Antiga

A cidade de Roma, situada entre colinas e em local estratégico para a comunicação, foi o berço da civilização romana. Com o tempo, os romanos iniciaram sua expansão por todo o Mediterrâneo, que chamaram de mare nostrum (“mar nosso’’).

As origens de Roma

Por volta do II milênio a.C., a península Itálica, situada no sul da Europa e avançando pelo mar Mediterrâneo, começou a ser habitada por diferentes povos, dentre eles os latinos.

Esses povos ocuparam uma planície próxima ao rio Tibre, onde fundaram aldeias e à qual deram o nome de Lácio. Aos poucos, eles foram se agrupando em volta de seu povoado mais importante, Roma, que se tornou uma das maiores cidades da Antiguidade.

A civilização romana desenvolveu-se em torno do mar Mediterrâneo. Os romanos dominaram territórios situados nos três continentes banhados por esse mar – Europa, Ásia e África -, construindo um poderoso império.

A divisão da história romana

A civilização romana se estendeu desde a fundação da cidade, em 753 a.C, até o fim do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C.

A história política da Roma Antiga divide-se em três fases:

Monarquia Romana: período que durou até 509 a.C., quando ocorreu a expulsão dos etruscos;

República Romana: até o ano 27 a.C;

Império Romano: que terminou em 476 d.C

O Império Romano em sua maior extensão (século II)

Sociedade Romana

Os descendentes dos primeiros habitantes da península itálica eram os senhores das terras e ficaram conhecidos como patrícios.

Populações latinas também se dirigiram para aquele sítio e foram bem recebidas pelos antigos habitantes, que precisavam de mais braços naquele local. Estes foram nomeados clientes e podiam se misturar às famílias mais tradicionais por meio do casamento.

Por último, chegaram outros grupos não tão bem recebidos, mas que poderiam ficar para trabalhar nas terras dos patrícios, sem, contudo, terem terras próprias para seu sustento. Estes eram os plebeus.

Ainda existiam homens na condição de escravos, obtidos em campanhas militares dos latinos contra outras populações. Aqueles que eram capturados tornavam-se escravos em Roma. Contudo, a maior parte do trabalho, na monarquia, não era escravo, pois era desempenhado pelos homens livres e pobres, os plebeus.

A literatura romana foi muito desenvolvida, com a produção de textos poéticos e em prosa, mas os discursos políticos são os mais impressionantes desse universo literário.

Tito Lívio, Ovídio, Virgílio, Horácio, Cícero, Sêneca, o imperador Marco Aurélio são alguns dos nomes importantes do mundo intelectual romano. História, poesia, sátiras, filosofia e política foram campos de grande produção literária.

Religião

No campo religioso, antes da adoção do monoteísmo cristão, os romanos eram politeístas e seus deuses foram tomados dos gregos, latinizando-se os nomes. Além desses deuses, havia os protetores domésticos e o culto aos ancestrais.

Arquitetura

Na arquitetura, a influência grega também esteve presente. Entretanto, o espírito prático dos romanos destacou-se na construção de estradas, esgotos, aquedutos, estádios, colunas e arcos do triunfo.


ATIVIDADES

01. Qual foi a base fornecida pelo pensamento filosófico grego?

02. O que havia antes do pensamento filosófico grego?

03. Descreva o que eram cada um dos termos abaixo:

a) Periecos

b) Esparciatas

c) Escravos

d) Hilotas

e) Metecos

f) Eupátridas

04. Como era o teatro grego? Quais os dois gêneros existentes?

05. Escreva sobre a poesia grega.

06. Como era a arquitetura grega? Qual a sua maior construção?

07. Descreva a religião dos gregos na antiguidade.

08. o que é e como foi inventado as Olimpíadas?

09. Quais as invenções dos gregos ligadas à Medicina?

10. Faça um desenho representando a Grécia Antiga.

11. Quais os três períodos da História de Roma?  

12. Para explicar sobre a origem de Roma Antiga existe duas versões? Quais são e as explique?  

13. Como estava composta pirâmide social de Roma Antiga na época da Monarquia?




 


quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

A Arte Bizantina

 

A ARTE BIZANTINA

 

A arte bizantina foi uma tendência artística desenvolvida durante o Império Bizantino, entre os séculos V e XV. As expressões artísticas bizantinas tinham um caráter religioso e foram marcadas pela temática cristã. Devido à influência político-religiosa, a arte bizantina se expandiu para além dos limites geográficos do Império Romano do Oriente.

Nascida após a aceitação do Cristianismo pelo Império Romano, a arte bizantina tem suas raízes na arte paleocristã – conjunto de expressões artísticas praticado por pessoas convertidas na fé em Jesus Cristo. A arte paleocristã se manifestou através de pinturas nas catacumbas e nos sepulcros.

O principal propósito era orientar as pessoas na devoção cristã. Considerada o primeiro estilo de arte cristã, a arte bizantina era comandada pelo clero, que tinha a incumbência de organizar as artes. Orientados por sacerdotes, os artistas eram apenas os executores que deveriam seguir fielmente as tradições e os padrões estabelecidos pelo clero.

A finalidade da arte bizantina ia muito além da decoração. Sua função era também educativa com o objetivo de orientar os devotos cristãos sobre o entendimento das passagens bíblicas por meio de reproduções da vida de Cristo. As principais manifestações artísticas dessa tendência ocorreram na pintura, na arquitetura e no mosaico.

A arte bizantina passou por um momento de ruptura em função de ideias e conflitos religiosos e filosóficos. Esses conflitos resultaram na destruição de grande parte das pinturas, esculturas e mosaicos das igrejas, por grupos contrários a qualquer imagem de natureza religiosa, chamados de iconoclastas.

Características da arte bizantina

A arte bizantina recebeu influência de diferentes regiões, devido à localização geográfica de Constantinopla. Assim, essa tendência agregou elementos culturais de Roma, da Grécia e do Oriente. Entre as principais características da arte bizantina, estão:

• Combinação de diferentes elementos da cultura greco-romana e oriental;

• Presença marcante do uso de cores;

• Forte influência do Cristianismo;

• Ausência de expressividade e de criatividade dos artistas;

• Representação de personalidades oficiais como personagens sagrados;

Com a temática basicamente religiosa, as manifestações artísticas do Império Bizantino tinham a função de representar as crenças teológicas. Assim, representavam eventos bíblicos e da vida dos santos, utilizando as imagens como pontes de contato entre o homem e o divino.

A arte bizantina estava diretamente ligada à religião por isso obedecia ao clero, que tinha, dentre outras funções, a de organizar as artes. Assim, os artistas bizantinos se tornavam apenas executores que tinham função de seguir fielmente um padrão e as tradições estabelecidas pela Igreja.

A arte bizantina costumava representar os imperadores com uma auréola sobre a cabeça, sendo também representados em mosaico juntamente com a Virgem Maria e com o Menino Jesus.

Essa prática se baseava nos ideais do regime teocrático, o qual além dos poderes administrativos, o imperador possuía poderes espirituais, sendo considerado representante de Deus na Terra.

Contexto histórico

Por volta do século IV, durante o período medieval, houve a queda do Império Romano do Ocidente. Com a invasão de Roma, o imperador Constantino transferiu a capital do Império Romano para Bizâncio, cidade grega, que posteriormente foi chamada Constantinopla. Assim, teve início o Império Romano do Oriente, conhecido como Império Bizantino.

Com a mudança da capital do Império para Constantinopla possibilitou o surgimento da arte bizantina, pois a cidade reunia uma série de fatores que impulsionaram a ascensão da nova expressão artística. Com a localização privilegiada de Constantinopla, a arte bizantina sofreu influências de Roma, da Grécia e do Oriente, atrelando elementos culturais que formaram um estilo rico na técnica e na cor.

O auge da arte bizantina ocorreu por volta do século VI, no reinado imperador Justiniano. O apogeu foi sucedido por uma crise denominada iconoclastia, que resultou na destruição de todas as imagens religiosas, devido ao conflito político e ideológico entre os imperadores e o clero.

O século VIII foi marcado pela luta contra a reprodução de imagens. A ação dos iconoclastas só terminou em 843 e somente por volta do século IX é que as imagens voltam a decorar as Igrejas. Com o fim da crise iconoclasta, a arte bizantina voltou ao auge, assim permanecendo assim até final do Império Bizantino, no século XV.

Manifestações artísticas da arte bizantina

A arte bizantina se destacou na pintura e na arquitetura, mas a sua forma mais expressiva foi o mosaico. O destaque para a arquitetura foi a construção de grandes e imponentes igrejas. Na pintura, as principais obras foram as pinturas e afrescos.

Arquitetura

A arquitetura foi uma das principais manifestações artísticas da arte bizantina. Embora tenha trazido inovações, como o plano centrado de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais, a arquitetura bizantina apresenta características da arte medieval como o uso do arco, da abóbada e da cúpula.

O principal destaque da arquitetura bizantina foram as igrejas planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada. Elas eram caracterizadas pelas imensas cúpulas sustentadas por colunas, criando prédios enormes e espaçosos totalmente decorados.

Com paredes feitas em tijolos revestidos por lajes e pedra na parte externa e com relevos na parte interna, as construções bizantinas eram cobertas com abóbodas de berço e aresta e a cúpula.

Pintura

A pintura bizantina se restringiu ao contexto religioso sofrendo devido à interferência do movimento iconoclasta - uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa.

Os principais destaques da pintura da arte bizantina foram os afrescos - pinturas feitas em paredes de igrejas –, miniaturas utilizadas para ilustrar livros e pinturas em painéis. Caracterizada pela temática cristã, as principais pinturas foram de imagens de Cristo e da Virgem Maria.

Consideradas uma violação ao mandamento de não adorar imagens, as representações humanas realistas foram condenadas, sendo proibida a sua reprodução, bem como, foi ordenado que as obras artísticas que existissem nessas condições fossem destruídas.

Mosaico

Principal expressão da arte bizantina, os mosaicos eram criados a partir de pequenos pedaços de pedras coloridas, colocadas sobre cimento fresco em uma parede, compondo um desenho. Eles eram usados para decorar paredes e abóbodas, além de servir de orientação e guia espiritual para os cristãos.

Os mosaicos representavam as pessoas de frente e verticalizadas, passando a imagem de espiritualidade. Deixando de lado a perspectiva e o volume, o mosaico bizantino explorou bastante a cor dourado, devido à sua associação ao, um dos maiores bens materiais do período.

Exercício 

1. As imagens da arte bizantina tinham como objetivo:

a) Mostrar a beleza de seus textos visuais.

b) Ensinar as verdades fundamentais da fé cristã.

c) Utilizar figuras e símbolos pagãos.

d) Preparar os infiéis para a vinda de Cristo.

2. As afirmações abaixo são características da arte bizantina, exceto:

a) Nela predominam os temas cristãos.

b) Existe a presença ostensiva do uso de cores.

c) Foi influenciada pela cultura greco-romana e a oriental;

d) Possui grandes afrescos em painéis de lona e madeira.

3. A Civilização Bizantina floresceu na Idade Média, deixando em muitas regiões da Ásia e da Europa testemunhos de sua irradiação cultural. Assinale importante e preponderante contribuição artística bizantina que se difundiu expressando forte destinação religiosa:

a) Adornos de bronze e cobre.

b) Aquedutos e esgotos.

c) Telhados de beirais recurvo.

d) Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas.

e) Vias calçadas com artefatos de couro.

4. – Por que após a oficialização do cristianismo, a arte Cristã primitiva, que era simples e popular, foi substituída por uma arte cristã de caráter majestoso?

5. A Arte Bizantina recebeu forte influência de 3 povos, quais foram eles?

6. Qual era o regime de governo na época e por que o imperador era representado com uma auréola sobre a cabeça?

7. Explique o que eram as pinturas afresco?

8. Qual o maior destaque na arquitetura bizantina?