Primeira República ou República Velha
A Primeira
República foi iniciada com a Proclamação da República e ficou marcada pelo
predomínio das oligarquias na política nacional. Esse período encerrou-se em
1930.
A Primeira
República é o período da história do Brasil que aconteceu de 1889 a 1930, tendo
sido iniciado com a Proclamação da República que aconteceu em 15 de novembro de
1889 e encerrou-se com a deposição de Washington Luís como consequência da
Revolução de 1930. Esse período é conhecido por muitos como República Velha,
mas entre os historiadores o termo utilizado para referir a esse período é
Primeira República.
Proclamação
da República
A Primeira
República foi iniciada com a Proclamação da República, que aconteceu no dia 15
de novembro de 1889. A derrubada da monarquia ocorreu pela perda de apoio
político fazendo com que esse regime se tornasse impopular entre as elites do
Brasil. Os militares, insatisfeitos com a monarquia há tempos, e uma parcela da
sociedade civil, sobretudo os oligarcas paulistas, organizaram um movimento
para derrubar a monarquia.
Em 15 de
novembro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, os militares destituíram
o Visconde de Ouro Preto do Gabinete Ministerial. Ao longo do dia, as
movimentações políticas levaram José do Patrocínio a proclamar a República na
Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Isso marcou o início da Primeira República
Brasileira.
A Primeira
República, conforme já mencionado, estendeu-se de 1889 a 1930. Um período
específico da Primeira República que foi de 1889 a 1894, também é conhecido
como República da Espada. Esse nome se deve ao fato de que os dois presidentes
brasileiros (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) foram militares. A
República da Espada, porém, é um período incorporado à Primeira República.
Toda a
Primeira República pode ser dividida em três grandes fases:
Consolidação
(1889-1898): período marcado pela consolidação das estruturas políticas e econômicas
da Primeira República. Foi assinalado por crises na política e na economia.
Institucionalização (1898-1921): período no qual a estrutura política da Primeira República estava devidamente consolidada. Aqui se definiram políticas como a dos governadores e do café com leite.
Crise (1921-1930): período no qual as estruturas políticas da Primeira República entraram em crise por conta da incorporação de novos atores na política brasileira. Conflitos entre as oligarquias também contribuíram para o fim da Primeira República.
Características
A Primeira República, além de República Velha, é muito conhecida também como República Oligárquica e isso porque esse período ficou marcado pelo predomínio das oligarquias sobre nosso país. As oligarquias eram forças políticas que baseavam o seu poder em suas posses, isto é, na terra (os oligarcas eram, em geral, grandes proprietários de terra).
O predomínio das oligarquias resultou em algumas características que são consideradas grandes marcas da Primeira República.
Essas características são o mandonismo, o clientelismo e o coronelismo. Essas três simbolizam o poder das elites agrárias do país manifestado na posse de terras, além de manifestar o poder dos coronéis sobre as regiões interioranas do Brasil e a troca de interesse, elemento fundamental para a sustentação das oligarquias no poder. Outras características muito importantes desse período foram as políticas que sustentavam as estruturas no âmbito político do Brasil. Aqui estamos falando da política dos governadores e da política do café com leite.
A política dos governadores, também conhecida como política dos estados, foi criada durante o Governo de Campos Sales, presidente do Brasil entre 1898 e 1902. Foi com a política dos Governadores que o funcionamento político brasileiro na Primeira República foi estruturado. Por meio dessa política, foi possível realizar uma aliança entre executivo e legislativo.
Na
prática, essa política funcionava da seguinte maneira: o Governo Federal daria
apoio à Oligarquia mais poderosa de cada Estado. Em troca, o governo exigia que
cada oligarquia Apoiasse as propostas do Governo Federal no legislativo. Assim,
as oligarquias deveriam eleger deputados dispostos a atuar em favor do governo
no Legislativo. Com o apoio à oligarquia mais poderosa, o Governo Federal
esperava que os conflitos Políticos respingassem o mínimo possível no âmbito
federal e ficassem reduzidos apenas ao âmbito estadual.
O
funcionamento da política dos governadores dependia consideravelmente da figura
do coronel, pois seria ele que, a nível regional, mobilizaria os votos
necessários para eleger os candidatos certos, de acordo com o interesse de cada
oligarquia.
O coronel
usava seu poder financeiro para pressionar as pessoas a votar em determinado
candidato. Essa intimidação dos eleitores é conhecida como “voto de cabresto”.
Além da intimidação, a fraude das atas que registravam os votos eram uma
prática comum.
A política
do café com leite é um conceito clássico quando nos referimos à Primeira
República.
Essa
política ganhou força no Brasil, sobretudo a partir de 1913, com a assinatura
do Pacto de Ouro Fino, entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. Esse
conceito refere-se ao revezamento dos candidatos lançados à presidência por
essas duas oligarquias.
Segundo
esse pacto, paulistas e mineiros alternavam-se na presidência da República. O
nome “café com leite” faz referência ao fato de que São Paulo era o maior
produtor de café do Brasil, enquanto que Minas Gerais era o maior produtor de
leite.
O uso
desse conceito para explicar a Primeira República tem sido criticado pelos
historiadores, porque as oligarquias mineira e paulista eram importantes, mas o
funcionamento jogo político desse período não passava exclusivamente por elas,
uma vez que existiam outras oligarquias no país.
No campo
econômico, o Brasil seguiu com grande dependência do café. O grande produtor
dele no Brasil era o estado de São Paulo. No começo do século XX, os
cultivadores começaram a aumentar a quantidade de café produzida, o que
acarretou a queda do preço desse produto, uma vez que o mercado ficou
abarrotado com a mercadoria. Visando a defender seus interesses, os
cafeicultores reuniram-se no Convênio de Taubaté.
Nesse convênio,
decidiu-se que o governo brasileiro compraria o excedente de sacas de café com
o objetivo de controlar o preço desse produto no mercado internacional. Isso
garantiria os lucros dos fazendeiros e resolveria a questão do preço do café.
Além disso, decidiu-se que o Estado realizaria um empréstimo de 15 milhões de
libras para conseguir realizar a compra do excedente dessas sacas.
Atividade
1 Por que
a república foi proclamada no Brasil?
2 Explique
o que foi a política do “café com leite”
3 O que você
entende por voto de cabresto?
4 Qual
produto movimentou a economia do Brasil na Primeira República e o que foi o
Convênio de Taubaté?
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