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sábado, 13 de agosto de 2011

Para turma do 1º regular  (28 de janeiro)

A Igreja na Idade Média


* Proteção e defesa

     Durante a Idade Média a Igreja Católica aumentou muito o seu poder, passando a controlar a mentalidade medieval, definindo a maneira de viver e de pensar de toda a sociedade.
Os bens materiais da Igreja Católica começaram a ser acumulados a partir da cobrança do dízimo (10%) sobre os produtos cultivados pelos camponeses e das doações feitas pelos fiéis, cujo exemplo maior foi às terras que compuseram o Patrimônio de São Pedro.
     Já o poder da Igreja Católica sobre os homens e as almas deveu-se ao seu vigoroso trabalho de conversão dos germanos, ao predomínio cultural do clero e principalmente à sua capacidade de organização. Foi essa indiscutível organização que lhe possibilitou transformar o cristianismo no grande princípio unificador da civilização cristã européia. Isso ocorreu mesmo durante os primeiros séculos da Idade Média, em que as invasões, as destruições e o medo generalizado geravam uma permanente instabilidade na vida social do europeu.
    O poder espiritual da Igreja Católica deveu-se também, e talvez principalmente, a suas doutrinações religiosas. De acordo com um de seus preceitos básicos, o ser humano carrega em si uma pesada carga de pecados e, para se livrar deles e obter a salvação, deve recorrer à Igreja e se submeter a seus sacramentos, em especial ao batismo e à eucaristia.
      O batismo é um sacramento pelo qual o indivíduo fica livre do pecado original de Adão e Eva, o que torna possível sua salvação. Ele teria sua origem na religião persa, na qual era acompanhado de uma refeição sagrada, com pão, água e possivelmente vinho.
       A eucaristia ou sagrada comunhão é o momento do ritual católico em que o pão e o vinho são consagrados e transformados no corpo e no sangue de Cristo.
       A Igreja Romana define o sacramento como um meio pelo qual a graça divina é comunicada ao homem e à mulher. Segundo ela, nenhum indivíduo pode salvar-se sem os sacramentos, que permanecem sempre puros, mesmo quando são ministrados por sacerdotes de caráter considerado indigno pelos fiéis.
      Contribuíram também para a propagação da fé cristã a confissão e a penitência, com as quais, segundo a Igreja, o ser humano se reconcilia com Deus. Ao confessar os atos cometidos contra os princípios da Igreja e ao realizar a penitência imposta pelo confessor (consistindo, na maioria das vezes, em orações), o fiel obtém a absolvição de seus pecados.
       Além dos sacramentos, a Igreja Católica exigia o culto aos santos e pregava insistentemente a existência do demônio, figura geradora de medos e angústia e de cuja força e poder o ser humano pode se livrar com a ajuda dos santos e a proteção da Igreja. Ela adotou também guardar alguns dias considerados santos, em especial o dia 25 de dezembro, uma data consagrada pelos persas como o “dia do nascimento do Sol” e que, para os cristãos em geral, simboliza o “dia do nascimento de Cristo”. A extensão da autoridade da Igreja sobre a comunidade cristã européia foi também ampliada através da excomunhão e do interdito, duas poderosas armas usadas por ela para impor seu domínio e a obediência aos dogmas.

   A excomunhão era aplicada aos que assumiam posições heréticas e/ou negavam a autoridade papal, fosse no campo espiritual ou no temporal. Com ela a Igreja proibia o indivíduo de participar de qualquer atividade religiosa, de ser enterrado em cemitério cristão, de receber os sacramentos, incluindo a extrema-unção, e, se o excomungado morresse sem se arrepender de sua atitude contra os interesses gerais do papado, sua alma seria condenada aos tormentos do Inferno.
   Os demais cristãos ficavam proibidos de prestar solidariedade ao excomungado e de conviver com ele, sob pena de serem condenados ao mesmo tipo de castigo.
Em geral quando excomungava um rei, um imperador ou um nobre poderoso, a Igreja impunha também o interdito, pelo qual suspendia todas as cerimônias religiosas na comunidade aldeia, cidade, província ou mesmo reino. Quando era decretado, a população local, aterrorizada, fazia pressão 1ara que o governante excomungado aceitasse as determinações do papado e a livrasse do castigo da interdição.
etc. —, os monges devem levar uma vida disciplinada pela oração, pelo trabalho e pela obediência às regras de sua ordem.

* O clero secular e o clero regular.

No século VI foi implantado no Ocidente a primeira ordem religiosa: a Ordem dos Beneditinos.
Essa ordem surgiu em Monte Cassino, na Itália, em 534, com a fundação de um mosteiro por São Bento. Com essa fundação iniciou-se a vida monástica na Europa, e o clero passou a dividir-se em clero secular e clero regular.
O clero secular (seculare, em latim) é assim chamado porque os seus integrantes vivem em contato direto com o mundo (seculum).
Já o nome clero regular é devido ao fato de seus integrantes os monges — obedecerem a determinadas regras (regula, em latim) da ordem a que pertencem. Em todas as ordens religiosas beneditinos, franciscanos, dominicanos, agostinianos, carmelitas 
Nos mosteiros, o trabalho passou a ser encarado pelos monges como uma espécie de culto divino. Unindo o trabalho manual ao intelectual, eles conservaram a cultura clássica greco-romana, criando bibliotecas e oficinas de reprodução de antigos manuscritos.
Eles faziam votos de pobreza, de obediência e de castidade, e se dedicavam aos pobres e ao ensino, além de trabalhar e orar pela salvação dos outros homens e da sua própria. Em geral hospitaleiros, transformaram os mosteiros em lugares de refúgio e proteção para os enfermos, os desvalidos, as mulheres, os viajantes e foram os principais responsáveis pela conversão dos bárbaros germanos ao cristianismo, criando assim as bases da civilização cristã européia.


Leia o texto, discuta com os colegas e responda:


  1. De que forma a Igreja se organizou, possibilitando transformar o cristianismo no grande princípio unificador da civilização cristã européia?
  2. Que preceitos a Igreja usou para centrar seu poder espiritual e impor suas doutrinações religiosas?
  3. Qual era o papel dos sacramentos dentro da Igreja Católica?
  4. Alem dos sacramentos que outros preceitos a Igreja pregava aos fiéis?
  5.  A extensão da autoridade da Igreja sobre a comunidade cristã européia foi também ampliada através de duas poderosas armas usadas por ela para impor seu domínio e a obediência aos dogmas. Que armas foram essas? Explique-as:  
  6. A vida monástica da Igreja dividiu-se em duas partes. Cite quais são e explique cada uma delas:


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