Os indígenas do Brasil
Entre os indígenas não há
classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmos direitos e recebem
o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio
caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo.
Apenas os instrumentos de
trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O
trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e
idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio.
Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca,
guerra e derrubada das árvores.
A formação social era
bastante simples, as aldeias não tinham grandes concentrações populacionais e
as atividades eram exercidas de forma coletiva. O índio que caçasse ou pescasse
mais dividia seu alimento com os outros.
A coletividade era uma
característica marcante entre os índios. Suas cabanas eram divididas entre
vários casais e seus filhos e, como não havia classes sociais, até mesmo o chefe
da tribo dividia sua cabana.
Duas figuras importantes na
organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo,
pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o
curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz
o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para
ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de
chefe, pois organiza e orienta os índios.
A educação indígena é bem
interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprendem desde
pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão
treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o índiozinho junto
para que este aprenda. Portanto, a educação indígena é bem pratica e vinculada
à realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem
passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.
Os
contatos entre indígenas e portugueses
Como dissemos, os primeiros
contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a
troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a
explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a
utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os
indígenas em troca de seu trabalho.
O canto que se segue foi
muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses
usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os
nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as
terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no
pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha
a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores
aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A
cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira.
Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo
e fazer os índios seguirem a cultura europeia. Foi assim, que aos poucos, os
índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.
Rituais indígenas
Algumas tribos eram canibais
como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do
Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne
humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos.
Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes.
Religião
Cada nação indígena possuía
crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam
nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e
espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por
transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos
colocavam os corpos dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do
cadáver ficavam os seus objetos pessoais. Isto demonstra que estas tribos
acreditavam na vida após a morte.
Legislação
A Constituição Federal
promulgada em 1988 é a primeira a trazer um capítulo sobre os povos indígenas.
Reconhece os "direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam". Eles não são proprietários dessas terras que pertencem à União,
mas têm garantido o usufruto das riquezas do solo e dos rios.
A diversidade étnica é
reconhecida, bem como a necessidade de respeitá-la. É revogada a disposição do
Código Civil que considerava o índio um indivíduo incapaz, que precisava da
proteção do Estado até se integrar ao modo de vida do restante da sociedade.
Exercício
1. Como se organizavam as sociedades
indígenas?
2. Faça um comentário sobre o pajé e o
cacique:
3. Explique o termo antropofagia:
4. - Eram características dos indígenas nativos do Brasil na chegada dos portugueses, em 1500.
a) A obtenção de recursos
baseados na coleta, caça e agricultura.
b) A existência de apenas um
idioma comum a todas as tribos.
c) A existência de grandes
cidades, como a dos astecas.
d) A ausência de artesanato.
5. Os primitivos habitantes
do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo
calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos
viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da
população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais
contribuíram para o citado decréscimo foram:
a)
a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí.
b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.
c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito
sanguinário, cruel e vingativo dos naturais.
d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena
na extração da borracha.
e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.
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